por Rodrigo Daniel Silva / Rebeca Menezes
Coordenador do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), Cassini Blohem acredita que a festa precisa diminuir se quiser manter a sua força. Este ano, somente o pré-carnaval oficial teve quatro dias de shows: Fuzuê (sábado), Furdunço (domingo), Pipoco (terça) e fanfarras (quarta).
“O Conselho do Carnaval recebe as incrições, cria suas comissões e a partir dali ele seleciona. Essas bandas são contratadas pelo poder público, tanto pelo município quanto pelo governo do Estado. Eu acredito que quando a gente diminui a quantidade de dias, nós temos um recurso maior para que aquele Carnaval da cidade, que é o Carnaval mãe”, avaliou Blohem. Para o coordenador do Comcar, o carnaval de Salvador “nasceu de todos os guetos” e ganhou expressão por “sair de dentro e conquintou o mundo”.
“Então eu acho que hoje nós temos que começar a repensar o nosso carnaval como um contexto geral. Não é somente os dias do Carnaval, mas como a festa está sendo feita e para quem está sendo feita. Eu acho que nós podemos ganhar dinheiro, mas primeiro tem que saber se a cidade conhece a sua festa e se está satisfeita com essa festa. Eu acho que chegou a hora de fazer uma pesquisa geral. A meu ver, a festa tem que diminuir pra ganhar qualidade. Para que o dinheiro seja realmente empregado e que os empresários voltem a trabalhar em cima daquilo que nós fazíamos antes, que era buscar sempre o produto da casa, era favorecer as pessoas que crescem, nascem e cultivam a nossa música. Nós precisamos voltar às nossas raízes, à nossa essência”, defendeu.
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