A partir do acordo de livre comércio, os países da Europa pressionarão o Brasil e outras nações do Mercosul a serem responsáveis pelas questões de meio ambiente
Por Redação – Editorias: Atualidades, Colunistas, José Eli da Veiga, Rádio USP – URL Curta: jornal.usp.br/?p=256615
Na visão do professor José Eli da Veiga, a assinatura do acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul é excelente para todos, do ponto de vista econômico, “mas principalmente para o Brasil.” Ele lembra que os opositores verdes na Europa consideram ter sido o pacto uma “colher de chá” para Jair Bolsonaro. “Para eles, é vergonhoso a Europa ter assinado um acordo com Bolsonaro”, cita o colunista, ressaltando que quem liderou a corrida para esse entendimento com a UE foi a Argentina, que estava pressionada pela data das eleições. “Até agora não está muito claro porque o governo Bolsonaro aceitou ir a reboque dos argentinos”, questiona o colunista.
Mas o fato, segundo Eli da Veiga, é que, com o acordo, a UE conseguiu exigir do Brasil posições, até então, impensáveis na visão do atual governo. Um exemplo é o Princípio da Precaução, pelo qual o Brasil e outros países do Mercosul deverão cumprir uma série de normas ambientais e fitossanitárias. “Sem isso, a União Europeia poderá alegar, por exemplo, que o País não está fazendo a rastreabilidade da carne, ou que está colocando muito glifosato em sua soja”, adverte Eli da Veiga. “O fato é que o acordo trouxe uma arma positiva para a sustentabilidade”, comemora o colunista.
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