Alberto Fernández assume nesta terça-feira como presidente com a urgência de resolver a crise econômica e renegociar a dívida externa. Mourão vai representar o Brasil na posse
As manifestações chegarão agora às portas da sede do Governo, onde já se montou um palco para a festa que virá após a entrega de comando. A Argentina iniciará assim uma nova etapa, marcada pelo retorno do peronismo ao poder — que não é bem vista pelo Governo do vizinho Brasil. Jair Bolsonaro, que já havia lamentado a eleição de Fernández, não vai à posse. Decidiu mandar como representante, de última hora, seu vice, Hamilton Mourão, num “gesto político”, segundo o próprio vice. É a primeira vez em 16 anos que um presidente brasileiro não prestigia a troca de comando no país vizinho.
Quando Fernández receber o cetro de comando das mãos de Mauricio Macri terão acabado quatro meses de uma transição envenenada. A derrota governista nas eleições primárias de agosto obrigou Macri a pilotar sem poder a crise econômica que prejudicou a parte final de seu mandato. Em 27 de outubro, as urnas ratificaram a vitória de Fernández em primeiro turno. O Governo anunciava à época que não poderia cumprir com os pagamentos da dívida contraída com donos de bônus privados e com o Fundo Monetário Internacional e impunha um torniquete cambiário para deter a sangria de reservas do Banco Central.