Bolsonaro diz que indicará ministro ‘terrivelmente evangélico’ para o STF

Presidente participou de um culto promovido pela Frente Parlamentar Evangélica na Câmara dos Deputados

O presidente Jair Bolsonaro discursa na Câmara dos Deputados Foto: Reprodução

Presidente participou de um culto promovido pela Frente Parlamentar Evangélica na Câmara dos Deputados

Gustavo Maia e Bruno Góes

No dia em que o plenário da Câmara dos Deputados deve iniciar a votação da reforma da Previdência , o presidente Jair Bolsonaro participou nesta quarta-feira de um culto promovido pela Frente Parlamentar Evangélica em um auditório da Casa. Lembrando que, ao longo do seu mandato, poderá indicar dois ministros do Supremo Tribunal Federal ( STF ), em aceno à bancada evangélica , o presidente fez uma promessa aos participantes do culto:

– Um deles será terrivelmente evangélico – declarou, sendo ovacionado.

– Quantos tentam nos deixar de lado dizendo que o Estado é laico? O Estado é laico, mas nós somos cristãos. Ou, para plagiar a nossa querida Damares [Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos], nós somos terrivelmente evangélicos.

Não é a primeira vez que Bolsonaro diz que vai escolher para uma vaga no Supremo um ministro evangélico. No final de maio, durante um encontro das assembleias de Deus, em Goiânia, o presidente criticou a possibilidade de o STF enquadrar a  homofobia  como crime de racismo e sugeriu que é o momento de o país ter um ministro da Corte declaradamente evangélico . 

Em junho, Bolsonaro também marcou presença como o primeiro presidente da República a participar da Marcha para Jesus, em São Paulo.

O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, foi o primeiro a falar antes do culto. Ele citou frase de Bolsonaro, que afirmou estar faltando um ministro evangélico no Supremo Tribunal Federal (STF), para dizer que ele professava a mesma fé.

– Deus mandou um evangélico para ser ministro da articulação política – afirmou o ministro.

Bolsonaro chegou à Câmara por volta das 8h30. Ao longo da cerimônia, ele se sentou entre o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira, bispo licenciado da Igreja Universal, e o deputado Silas Câmara, presidente da Frente Parlamentar Evangélica.

 

“O escolhido”

– Nós sabemos que na nossa pátria Deus é o senhor, e, graças a Deus, hoje teremos uma grande vitória no plenário da Câmara dos Deputados – disse o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), ministro licenciado da Casa Civil.

– Nós vivemos um momento de glória e alegria nesse momento, porque está aqui entre nós o escolhido – acrescentou Onyx, referindo-se a Bolsonaro.

Bolsonaro elogiou a atuação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e fez referência ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP):

– Se Deus quiser no segundo semestre, os olhos estarão voltados para o Senado, para o grande pequeno Davi.

Depois de participar da celebração religiosa, ele foi ao plenário da Câmara, onde ocorria a homenagem aos 42 anos da Igreja Universal do Reino de Deus. Mas o presidente da Casa, Rodrigo Maia, não estava. Bolsonaro disse ter recebido pouco antes um contato de Maia dizendo que “infelizmente” não pôde comparecer por conta do horário que acabou a sessão da Câmara de ontem.

– Mas ele aqui nesse recinto é o nosso general – declarou.

Dirigindo-se a Marcos Pereira, o presidente pediu que ele transmitisse seu abraço ao fundador da igreja, o bispo Edir Macedo – que não compareceu à sessão e enviou um bispo para representá-lo – e disse querer conhecer o religioso e o Templo de Salomão, em São Paulo, ainda em 2019.

– É muito bom ver esse plenário cheio. Melhor ainda quando as pessoas têm Deus no coração – destacou Bolsonaro, da tribuna.

 

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