Primeiro-ministro foi obrigado a publicar um relatório com as consequências de um “Brexit duro”
Por Catarina Lopes
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, negou ter mentido para a rainha Elizabeth II sobre seus motivos para suspender o Parlamento, e foi forçado pelo Legislativo a soltar o documento feito em segredo que detalha consequências de um Brexit sem acordo, em um dos últimos atos do Parlamento antes de entrar em recesso por cinco semanas.
Johnson justificou seu pedido para a rainha declarando que precisa elaborar e apresentar seu programa de política nacional, uma prática habitual quando ocorre uma mudança de governo. Porém, com o recesso indo de meados de setembro a 14 de outubro, apenas duas semanas antes do Brexit, seus opositores afirmaram que o verdadeiro objetivo era impedir que um Brexit sem acordo fosse evitado. Quando questionado se mentiu para a rainha, Johnson disse que “claro que não!”.
Já o documento publicado, chamado de Operação Yellowhammer, datado de 2 de agosto, espera grandes congestionamentos nos portos britânicos que podem levar à escassez de alimentos frescos e remédios, e detalha perturbações em 12 setores chaves, desde o abastecimento de água aos transportes e fronteiras. Boa parte do documento já era conhecida, pois foi vazado pelo jornal “Sunday Times” no mês passado.