Um dos assessores de Marcelo Álvaro Antônio, implicado no esquema, é apontado como o elo do PSL com as empresas e está preso
Por Juliana Rodrigues
Uma das candidatas que prestaram depoimentos à Justiça Eleitoral como testemunhas da Operação Sufrágio Ostentação, que mira as candidaturas laranja do PSL, afirmou ter sido ameaçada com o uso de uma arma de fogo por um homem de confiança do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, para devolver o dinheiro de seu financiamento de campanha. As informações são do Estadão.
A ação da Polícia Federal levou para a prisão temporária Mateus Von Rondon, assessor especial do ministro, apontado como o elo do PSL com as empresas. Em Minas, a Polícia Federal também prendeu Roberto Silva Soares, que atuava como coordenador da campanha de Marcelo Álvaro a deputado federal.
Outro investigado preso é Haissander Souza de Paula, ex-assessor do ministro na Câmara Federal. De acordo com a decisão do juiz da 26ª Vara Eleitoral, Renan Chaves Carreira Machado, ele foi citado em depoimento por Clauzenir Barbosa Pereira, que concorreu pelo PSL a deputada estadual em Minas Gerais, recebeu 2 mil votos, e não foi eleita. A candidata afirma que De Paula era o idealizador de sua campanha e ‘inclusive colocou uma arma de fogo sobre a mesa durante uma reunião para intimidá-la’ ao ‘insistir na devolução de verbas’.
Por meio de nota enviada ao Estadão, o Ministério do Turismo afirmou que “aguarda o andamento do processo judicial para não submeter qualquer servidor a uma condenação sumária sem garantir o direito de defesa” e frisou que a suspeita de irregularidade se refere a um período no qual não havia qualquer vínculo do investigado com a pasta. Já o PSL vê a investigação como “seletiva”, com o objetivo de atingir Bolsonaro.