Por Romulus Maya
Atualização 3/nov/2019 — 13:45: os pontos problemáticos identificados no laudo da perícia criminal sobre a cena do crime
Comentário enviado por perito criminal veterano, de SP
Parabéns pela coragem. Não se ousa falar no acordo PCC/ CV/ militares fora das cúpulas da inteligência da segurança pública.
Alguns fatos chamam a atenção quando se lê os laudos do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.
A saber:
(i) AEC COM ESQUEMA LESÕES MARIELLE
(ii) AEC COM ESQUEMA LESÕES ANDERSON
(iii) LAUDO LOCAL
[D.E.: atenção! Conteúdo com imagens muito fortes, não adequado para pessoas sensíveis!]
É importante entende-los para se ter uma visão mais clara do acontecido.
Um dos fatos que chama a atenção no laudo de Exame de Necropsia de Anderson e Marielle é que Anderson foi atingido pelas costas, através da janela e do banco do carro, com projétil de arma de fogo padrão, totalmente encamisado: “parcialmente deformado na ponta, revestido de metal amarelo”.
Já no caso de Marielle, o mesmo laudo indica “projétil de arma de fogo, chumbo nu deformado”. Ou seja, um projétil parcialmente encamisado. I.e., não padrão.
O que isso indica?
Que foram utilizados dois tipos diferentes de munição. E que havia dois atiradores.
Explico: existem vários tipos de projéteis de armas de fogo (projétil é a parte da munição que sai do cano). O que vários elementos da perícia no local e nos corpos indicam é que pelo menos uma parte dos projéteis era do tipo “ponta oca semi-encamisada”, não compatível com o lote desviado da PF, suposta “origem” da munição. “Ponta oca”: para fazer estrago, visível, gráfico, provocar impacto (midiático?). Essa foi a munição usada em Marielle, apenas.
Aliás, essa alegada “origem”, em si, do lote já é uma “saga” à parte, com versões sucessivas, contraditórias entre si. Tudo muito esquisito, para dizer o mínimo.
[D.E.: sobre o desencontro de versões, refletidos em matérias da grande imprensa da época, ver os links reunidos pelos expressonautas neste fio]
Já os outros projéteis eram “totalmente encamisados” (compatíveis com um lote da PF). Tendo também pontas, não eram aptos a provocar as mesmas “crateras” (midiatizáveis?) deixadas no corpo de Marielle. Independentemente de detalhes mais técnicos isso indica que o “famoso” “lote desviado da Polícia Federal, lote UZZ-18” só conta parte da história. Tudo indica que foram utilizados os estojos desse lote para uma recarga (estojo é a parte da munição que contém pólvora e espoleta). Sim, os estojos são recicláveis, o que – convenientemente – torna a identificação da origem virtualmente impossível por meios de perícia.
Esquema de munição 9mm com projétil “ponta oca encamisada”, mais o estojo que contém o propelente, a espoleta e o projétil. O estojo pode ser reaproveitado.
Outro detalhe que chama a atenção é relativo à posição dos tiros e dos três ocupantes do veículo:
Não se nota nas fotos do laudo pericial do local que teria havido qualquer tentativa de alvejar a assessora de Marielle de nome Fernanda. Os tiros foram – exclusivamente – dirigidos a Marielle e Anderson. Moça de sorte. Muita sorte…
Tem mais: pela descrição, o carro possuía vidros cobertos de “insulfilm”. Ou seja, não permitiria ver os ocupantes. No entanto, os assassinos sabiam exatamente a posição das vítima dentro do veículo. Ao ponto de poderem planejar – e executar – a ação de modo a atingir alvos específicos. Apenas dois de três.
Da seção de comentários: o beabá do ataque híbrido ao Brasil — cascata de manipulações; mais uma “cebola”
Por “FAN”
Genial o artigo. Lembremos: aqui mesmo no D.E. o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães deixou escapar, mais de uma vez, que após a reforma da previdência os Generais viriam com tudo pra cima de Bolsonaro. Conhecido nas FFAA me dizia que o Etchegoyen não suportava ele. Quem suportaria? Ainda mais um militar, General 4 estrelas, com senso de hierarquia e disciplina, e com postura. Pense em ter Bolso como chefe pra alguém assim?
Explicando de forma um pouco mais didática a interação de 3 coisas: (a) a conspiração em camadas de cebola; (b) o pastoreio da opinião pública com 2 pastores (falsamente) antagonistas (também chamado de método da pinça, que precisa de 2 lados para manipular um objeto); e (c) o uso de forças especiais não oficiais para intensificação-afrouxamento da violência urbana para realização de operações reais para manipulação da opinião pública:
[Uma cascata de manipulações. Outra “cebola”]
(i) alguns poderes (famílias banqueiras, sionismo, sociedades secretas) manipulam o Deep State americano e sua oposição, que acham que estão no controle;
(ii) o Deep State americano manipula o “Deep State” brasileiro (Heleno + Moro) e sua “oposição”, que acham que estão no controle;
(iii) o Deep State brasileiro manipula(va?) a opinião pública e a política brasileira controlando cada lado das seguintes (falsas ou simuladas) dicotomias identidários X bolsonaristas, PIG X PIGuinho vermelho, lideranças evangélicas X lideranças gays, feministas e pró-maconha, PCC X forças de segurança, PCC X milícias, violência urbana X direitos humanos, aumento da violência X combate e diminuição da violência, corrupção X direitos civis.
Com o controle sobre o que dizem os porta-vozes (donos do “lugar de fala” como preferem os identitários) de cada lado desses dilemas é possível levar a opinião pública, as votações no Congresso Nacional, as manifestações públicas e os votos nas eleições para qualquer direção que se deseja, por mais irracional que seja essa direção em termos dos interesses verdadeiros daqueles que estão sendo manipulados pela introversão do mecanismo reflexo (pavloviano) de ação reação.
Mecanismo, aliás, idêntico àquele introvertido pelos torcedores fanáticos de time de futebol que vivem e reagem puramente a partir do critério da disputa contra os torcedores de times “antagonistas” (aliás, ótimo nome para um site de política que cultive essa manipulação, não é mesmo?).
Um dos fatores mais poderosos de controle pavloviano da opinião pública é o uso da violência (urbana ou terrorista), porque a violência provoca fortes reações emocionais e incontroláveis sobre o ser humano, como medo, horror, ódio etc. Por isso controlar as redes de crime organizado (ou de terroristas) seja tão importante para o poder que pretende manipular a população e a opinião pública com esse tipo de método.
Além do impacto psicológico, o controle funcional e amigável do Deep State sobre as redes de crime organizado (ou terroristas) é importante para servir de efetivos operacionais e justificativas simbólicas para ações de forças especiais não oficiais, que interagindo em pinça no nível midiático contra as forças especiais oficiais são capazes de realizar qualquer tipo de teatro de operações midiatizável, como um assassinato de grande impacto simbólico, e, portanto, fazer a população acreditar em qualquer coisa e reagir da forma não planejada, ainda que por antagonismo.
E se nada disso der certo, essas forças especiais oficiais ou não oficiais servem também para eliminar (ou ameaçar) aquelas ovelhas que não estejam aceitando serem conduzidas pelo pastoreio dos dois pastores (falsamente) “antogonistas”.
Veja a matéria completa no www.duploexpresso.com
Volto novamente ao meu comentário sobre o assassinato da Marielle. Tudo muito estranho. Até para o “perito criminal veterano de SP”. Moça de muita sorte a secretária da Marielle que escapou ilesa do atentado. Nas CNTP, a secretária teria que ter sido fuzilada também, mas escapou por milagre. Tem muita maracutaia nesse caso. Estão tentando de todas as formas envolver a família Bolsonaro nessa tragédia.