Por Leonardo Gusmao Dultra
” é tudo que eles querem ”
Sem mais, nem menos, como se tivesse uma vontade enorme de dizer o que tinha para falar, soltou o verbo, a respeito dos fascistas, com ironia e acidez de quem sente na pele a dor da injustiça, pronunciou-se:
E teve e hoje tem, Joaquim Barbosa, ah, este é capaz de solucionar a inserção do negro na sociedade, explica qualquer problema social no país, o Joaquim; no protagonismo, exemplificando- o como juiz, mostra que quem quer, consegue, pronto, está terminado este assunto.
De milhões de joaquins, o Barbosa sobressaiu, os outros joaquins , quase todos outros, milhões e milhões por todo mundo ficaram no ostracismo, no trabalho pesado, coadjuvantes, conclusão: deméritos deles, disse o bolsominion, palavras da Salvação.
O índio não serve para nada, não produz lucro para o governo , enfim, não é útil para produzir, gerar riquezas para os grandes empresários, portanto, atrasa a vida dos garimpeiros , para todo exemplo para esta narrativa, um índio, ou alguém que falou para o bolsominion de um índio lá no Amapá , Pará ou aqui em Porto Seguro que é mau caráter, descarado, sanguinário. Ah, é tudo que eles querem para justificar o todo. Do comportamento de um índio ou uma tribo, eles estigmatizam e justificam o extermínio indígeno : tão mais prático, dispensa horas de leitura!! Bem melhor do que ler esses livros gigantescos de histórias e sociologias tentando destrinchar os caminhos da colonização.
Ah, é tudo que eles gostam de ver!! Para apontar a cultura indígena, assim desqualificar e pouco fazer caso da dignidade humana dos índios, tem que desaparecer mesmo; disse um bolsominion palavra da Salvação.
Tudo que eles querem, abre aí dois pontos: mulheres simulando estupro para dizer que a lei Maria da Penha é mimimi, encontrar aquela mulher 171 que trama estupros e vítimas de violências de homens vis e escrotos para generalizarem qualquer política voltada para uma dívida histórica de todo esse nosso papo , papo tão chato e batido! O mundo numa crescente enorme no campo da ciências e a tecnologia e o Brasil que vinha num avanço nas questões sociais aos poucos volta para idade média.
Tudo que eles querem é ver a falha, o erro, para apontar o tiro do vencedor. O que oprime, o que faz arminha e diz Amém nas missas ao domingo; rezando para encher o cu de dinheiro, prosperar a família e enobrecer-se de achar que é um privilegiado.
Tudo que eles querem é ver gente fraudando o Bolsa Família, Minha Casa Minha vida para justificarem o programa social por um todo, como praga, roubalheira. Estes programas afetam tanto a vida deles. Eles não estão nem ai para as dividas milionárias de banqueiros, empresários e conluios com governos. Eles acham que a crise econômica é proveniente da migalha de programa social.
Eles querem o estudante de cota fraquejar, gaguejar, ter notas baixas no score, tudo para justificarem seus preconceitos. Eles rezam baixo, baixinhos.
Eles são muitos, estão espalhados por todo mundo! Finalizou , Zébideu, com o corpo riste e gestos variados, desgastado com o próprio discurso que lhe causou tristeza ao mesmo tempo alívio.
