Diversidade social e cultural é ‘enorme riqueza, não uma ameaça’, diz chefe da ONU

Assim como uma orquestra bem ensaiada, sociedades modernas bem sucedidas têm um equilíbrio de diversidade e cultura, que é fonte de uma “enorme riqueza, não de uma ameaça”, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, no fim de maio (27).

O secretário-geral da ONU, António Guterres (direita) encontra violoncelista e mensageiro da Paz Yo-Yo em Viena. Foto: ONU Viena/Nikoleta Haffar

Assim como uma orquestra bem ensaiada, sociedades modernas bem sucedidas têm um equilíbrio de diversidade e cultura, que é fonte de uma “enorme riqueza, não de uma ameaça”, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, no fim de maio (27).

Ao lado do aclamado violoncelista Yo-Yo Ma, mensageiro da ONU para a Paz, Guterres disse aos presentes no evento em Viena que é preciso adotar “uma perspectiva universal para a paz, para a dignidade humana, para os direitos humanos” nos debates atuais da Europa.

Guterres falava no contexto das recentes eleições parlamentares europeias, que mostraram uma perda de apoio de partidos políticos de centro, em direção aos que possuem plataformas políticas mais nacionalistas e contra migração.

“Sociedades hoje são multiétnicas, multirreligiosas, multiculturais. Isto é uma riqueza, não uma ameaça”. Como uma orquestra que conta com músicos de todas as partes do mundo, elas precisam praticar harmoniosamente: “isso é o mesmo com a sociedade”, disse.

“Diversidade exige investimentos. Sociais, culturais, políticos, religiosos; às vezes investimentos em coesão social – para garantir que, em uma sociedade diversa, cada comunidade sinta que sua identidade está sendo respeitada – como a identidade do violinista precisa ser respeitada, junto a cada outro músico”.

Elogiando a música como uma ferramenta fundamental para promover os valores da ONU, Guterres disse que o Dia de Ação é fundamental para o futuro da Organização, “especialmente quando também estamos discutindo a situação dramática de mobilidade humana”.

A migração também exige investimentos, em vez de deixar traficantes de pessoas e contrabandistas se beneficiarem disto. “Precisamos investir em cooperação internacional, precisamos investir em formas adequadas de migração”, disse.

Guterres saúda 40 anos da ONU em Viena

Após encontro com o presidente da Áustria, Alexander Van Der Bellen, Guterres elogiou o país pelo apoio ao Escritório da ONU em Viena ao longo dos últimos 40 anos. O escritório é sede de muitas agências e órgãos.

Como uma das principais sedes da ONU, ele disse estar convencido de que o trabalho feito em Viena irá ajudar a preservar a paz e a segurança do mundo durante tempos turbulentos.

Recém-chegado de uma visita ao Pacífico Sul, Guterres disse que resgatar um Estado insular como Tuvalu – onde partes do país já estão abaixo das ondas por conta de crescentes níveis do mar – é “resgatar o planeta”.

“A crise climática é algo que terá um impacto nas vidas de todos, em todos os lugares”, disse o chefe da ONU. “E reverter a tendência atual, na qual a mudança climática está mais rápida que nós, é absolutamente necessário. Para isto, precisamos que países assumam em 2020 engajamentos mais fortes do que os assumidos em Paris”.

Ele disse que países precisam se comprometer “com um conjunto de medidas muito mais ambicioso em mitigação, em adaptação e finanças”.

Além disso, Guterres disse considerar “absurdo que estamos taxando salários, estamos taxando rendas, não taxando carbono”.

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