A candidata jogou a toalha depois de não conseguir obter apoio suficiente nas primárias
A senadora Elizabeth Warren abandonou a corrida democrata à Casa Branca, informou o New York Times nesta quinta-feira. A candidata, que no início das primárias conseguiu se posicionar como uma das favoritas, joga a toalha depois de colher resultados ruins nas votações realizadas até o momento. Sua desistência acontece um dia depois que o magnata Michael Bloomberg também decidiu deixar a corrida, que se tornou um duelo entre Bernie Sanders e Joe Biden.
Desde quarta-feira, esperava-se uma decisão sobre a continuidade de uma campanha que não era mais possível levar a lugar nenhum. Resta saber quem apoiará: o “socialista” Bernie Sanders, que seria uma decisão mais alinhada com seu programa, ou o centrista Joe Biden, um candidato em ascensão que, após um início decepcionante, agora surge como o favorito dos eleitores para derrotar Trump.
A primária democrata, que começou como uma corrida massiva que refletia a diversidade (racial, geracional e de gênero) do partido, é reduzida, com a partida de Warren, a uma batalha entre dois homens brancos septuagenários.
Assim como Sanders, Warren fazia parte do flanco da esquerda da campanha. No ano passado, apresentou um projeto para a criação da Lei do Capitalismo Responsável (Accountable Capitalism Act). Uma espécie de tentativa de salvar o capitalismo dele mesmo, ampliando a responsabilização das empresas por violações, e, com sorte, conseguindo reconciliar a força do trabalho com as grandes corporações.
Sobre saúde, defendia um sistema público e universal, eliminando a maior parte dos seguros privados, o que se traduziria em um gasto público adicional de 20,5 trilhões de dólares ao longo de uma década, e que ela prometia financiar sem aumentar em um só centavo os impostos da classe média. Warren também defendia comutar grande parte das dívidas estudantis, um grave problema nos Estados Unidos, e oferecer ensino gratuito para todos nas universidades públicas.
A doutrina Warren, embora se afastesse do “socialismo” de Sanders, permitiria ao Governo um grau de intervenção que nos Estados Unidos beira ao sacrilégio. Não à toa, não convenceu.