É inegável que o Antropocentrismo foi fundamental para o progresso das ideias, pois influenciou diversas áreas do conhecimento, notadamente as criações artísticas e os postulados religiosos, todavia é alarmante o número de espécies animais que desapareceram da face da Terra nos últimos cem anos. O que nos implica pensar que um dos postulados do Antropocentrismo é que tudo o que existe foi concebido e desenvolvido para a satisfação da espécie Homo Sapiens. Espécie esta que apenas por raciocinar já se sente superior a todos os outros animais e se sente também no direito de decidir o tempo em que cada ser vido deve permanecer neste planeta.
É importante ressaltar que a maior herança do Antropocentrismo foi muito além de uma pretensa ideia de oposição ao Teocentrismo, Pois as ideias antropocêntricas contaminaram o orgulho do ser humano a ponto de cega-lo para a reflexão sobre a possibilidade de existir vida inteligente em outros planetas. O que tornaria mais complexo ainda é fazê-lo pensar que nós fomos criados apenas para sermos escravos de uma raça alienígena que precisava de mão de obra quando aqui chegaram em busca de ouro. Além disso também não vamos nem se quer abrir este tal: “Livro Perdido de Enki” já que é muito mais cômodo manter a mente na zona de conforto com a ilusória constatação de que já sabemos a verdade e nada mais precisamos saber sobre os assuntos que podem mexer com os paradigmas cristalizados. Pensamento este que contraria a máxima socrática de reconhecer a nossa ignorância perante tudo o que há para ser conhecido. Há uma sabedoria oriental que diz: “Se tu queres ser grande, apequena-te”, porém como vamos conseguir isso se estamos adoentados por um orgulho intelectual que impede que admitamos não sabermos toda a verdade sobre nada. Até por que se formos averiguar estes conhecimentos, nós vamos descobrir que fomos enganados, pois muito conhecimento foi alterado, queimado ou escondido, saberemos também que não somos feitos a imagem e semelhança de Deus, pois a consciência criadora não tem nem corpo e muito menos alma.
Infere-se que a maior contradição humana é cantar: “Metamorfose Ambulante” de Raul Seixas, pois a “velha opinião formada sobre tudo” nos mantém numa espécie de retroalimentação negativa entre o homem e a matrix.
Encerro estas provocações com o pensamento de Emil Cioran; “No momento em que se pensa ter compreendido tudo, se adquire no rosto uma expressão assassina de alguma coisa. Não há como compreender tudo. No edifício do pensamento, eu não encontrei nenhuma categoria em pudesse pousar a cabeça”.
“Siga o Coelho Branco”