Época bizarra

A música só era um pretexto para reencontrar tribos e organizar festas, tanto faria ser o Avião, o Safadão, valia era a cerveja gelada, a pose de um wisque bom em cima da mesa.

Foto:Google

Por Leonardo Gusmão Dultra – quinta, 26 de dezembro de 2019

Era uma época bizarra para música brasileira, talvez também para o cenário mundial. O mercado fonográfico ficou descartável, tudo dissipou, em meios a emaranhados de enlatados, Iphones, laptops, altas resoluções e gráficos de vídeo games, comunicação rápida e redes sociais, emancipação e conquistas no âmbito social , a nossa música parece ter descreditado e perdido a ligação com a lua, as estrelas, os campos , os bichos, tudo parecia para a galera dos fast- foods e viciadas em séries da Netflix, algo já ultrapassado.

A música só era um pretexto para reencontrar tribos e organizar festas, tanto faria ser o Avião, o Safadão, valia era a cerveja gelada, a pose de um whisk bom em cima da mesa. Peito estufado e marra. Já se foi o tempo de dançar com as sandálias nas mãos e receber banhos de águas vindas dos carros pipas. Estão acabando com as bandas bailes, tudo se resume ao chão, ao bumbum, ao paredão, às voltas por cima da relação, os lamentos e a sofrência , insistindo ser bachata, mas com a monotonia da repetição, da fórmula encontrada para agradar a galera que mal sabe e nem se interessa saber de nada do passado, já que o mundo a cada dia está mais desinteressado nas coisas, afogados no mundo de tudo ao mesmo tempo agora, diante de tanta informação e entretenimento, a regra do jogo era brincar com o descartável mesmo. Se tudo hoje é consumido e jogado fora com a velocidade da luz, com a música não seria diferente.

 

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