Religioso explica que, no Dia do Perdão, o jejum é adotado como forma de deixar de lado dos interesses cotidianos
Por Juliana Almirante
O rabino Mariano Del Prado e o presidente da sociedade israelita da Bahia, Miguel Kertzman, falaram, em entrevista à Rádio Metrópole, sobre a solenidade judaica Yom Kipur que começa hoje (8) às 18h, na sede da sinagoga israelita baiana.
O rabino justifica que o Yom Kipur é o Dia do Perdão, em que o jejum é adotado como forma de deixar de lado dos interesses cotidianos e focar no que é preciso melhorar no ser humano.
“Tem que jogar fora tudo que dá prazer. Nós estamos concentrados na introspecção da nossa existência e reconhecer que o dia é realmente sagrado. Estamos em juízo frente a Deus. O que pedimos não só o perdão, senão a capacidade de sermos melhores. Nossos pensamentos estão dirigidos a atingir esse objetivo. Não estamos preocupado com bebidas, comidas e coisas cotidianos. O jejum é um meio para atingir um fim”, afirma Mariano Del Prado.
O religioso ainda explica como é, para o judaísmo, a prática de celebração dos mortos, entre o Ano Novo e o Yom Kipur.
“No judaísmo, lembrar é um preceito, tem essa força. O que lembramos? Nossos seres queridos, que já foram embora, mas eles ainda moram em nós. Eles fizeram o que nós somos e providenciaram condições para que sejamos quem somos. Então é muito importante lembrar dos nossos pais, entes queridos e avós”, diz.
Para muitas comunidades, é comum fazer uma visita ao cemitério, segundo Mariano Del Prado. “É uma maneira de nos encontrar com nosso passado e também nos encontrar com uma realidade de que a vida vai embora rápido, é finita. Quando tomamos consciência disso, estamos em condição de entrar no Yom Kipur, no Dia do Perdão”, afirma o rabino.
Miguel Kertzman destaca que o período é uma oportunidade de, não apenas aperfeiçoamento do ser humano, mas também da sua relação com a comunidade.
“Aprendi com nosso rabino Mariano que o objetivo, para cada ser humano, é mudar alguma coisa da sua vida e da vida das pessoas e do mundo. Se fizer isso, o homem tem uma perspectiva de melhorar as coisas. Nós somos parceiros e temos sociedade com o eterno, assim diz o judaísmo, em que nós também estamos criando o tempo todo. O ato de criação também é do ser humano”, explicou Miguel Kertzman.