Estudantes estrangeiros com aulas online devem deixar os EUA em agosto

O ICE (Immigration and Customs Enforcement) anunciou que os estrangeiros com vistos F-1 e M-1 que estiverem estudando em escolas com aulas 100% online terão que deixar o país em agosto.

Foto: Google

Medida foi anunciada pelo ICE, como forma de forçar o retorno às aulas presenciais


O ICE (Immigration and Customs Enforcement) anunciou que os estrangeiros com vistos F-1 e M-1 que estiverem estudando em escolas com aulas 100% online terão que deixar o país em agosto. Este foi mais um passo do governo Trump para forçar o retorno às aulas após as férias de verão. O presidente, inclusive, se manifestou pelo Twitter, afirmando que “as escolas devem reabrir no outono (setembro)”.

De acordo com comunicado das autoridades, “os estudantes que se encontram nessa situação devem deixar o país ou tomar medidas alternativas para manter o status de não imigrante”.  O governo vai permitir apenas que alunos com visto F (ensino acadêmico) cursem uma ou mais disciplinas online, mas não o programa inteiro. Já estrangeiros com o visto M (educação profissionalizante) ou que estejam no país para estudar inglês deverão fazer todas as aulas presencialmente.

Dados recentes do Instituto de Políticas de Imigração, com sede em Washington DC, mostram que cerca de 1,2 milhão de estudantes estão enquadrados nestes vistos em mais de 8.700 escolas em todo o país e poderiam ser afetados pela medida.

Por causa da pandemia, os EUA vêm restringido a emissão de vistos e a permissão de entrada de estrangeiros provenientes de determinados países, como o Brasil. Atualmente, o país discute se as escolas devem retomar as aulas presenciais, interrompidas por causa do novo coronavírus. Algumas universidades, como Harvard, admitiram que não reabrirão até 2021, depois do prazo determinado pelo governo.

O tema, inclusive, pegou muita gente de surpresa. Brad Farnsworth, vice-presidente do Conselho Americano de Educação (American Council on Education), entidade que congrega 1.800 instituições de ensino no país, afirmou que a medida criará mais confusão e mais incerteza no meio acadêmico. “O que gostaríamos de ver era mais apreço por todas as diferentes nuances possíveis que as universidades estão vivenciando”, lamentou Farnsworth. Para ele, com a situação de saúde pública se deteriorando, é possível que as instituições decidam oferecer cursos online como forma de garantir a segurança de alunos, professores e funcionários.

Esta é mais uma medida da atual administração para restringir a imigração para os EUA. No mês passado, o governo argumentou que as “circunstâncias extraordinárias” impostas pelo coronavírus exigiram a suspensão dos vistos de trabalho. Ativistas, porém, acusaram Trump de usar a pandemia para fazer mudanças radicais na imigração e avançar sua agenda conservadora.

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