O ponto alto da maratona de empulhação em que Sergio Moro repetiu as mesmas respostas para, muitas vezes, as mesmas perguntas, teve um ponto alto na sequencia de duas deputadas.
Jandira Feghali, calmamente, depois de dar uma dura no presidente da mesa, desafiou Moro a assinar autorização para o Telegram mostrar suas mensagens.
Em seguida, foi entregar o papel ao ministro, enquanto ele a olhava de soslaio.
Fernanda Melchionna, 35 anos, do PSOL do RS, entrou na arena e manteve o ritmo.
Fernanda fez algo que ninguém fez e que parecia óbvio: pediu ao interlocutor que lhe dirigisse o olhar enquanto falava.
É o mínimo.
Moro, ao longo do dia, portou-se como um adolescente amuado, o rosto vermelho, rabiscando num papel, meio torto na cadeira, arrogante.
“Eu gostaria de pedir que o ministro me olhasse”, disse ela de cara.
“Eu sei que ele está acostumado a ver e ouvir a quem concorda com ele, inclusive gente que pede fechamento do Supremo e Congresso, mas eu sou deputada eleita e peço que ele tenha atenção nas perguntas que farei”.
Do alto de seu ego, o pequeno megalomaníco (“eu vejo, eu ouço”) não teve escolha a não ser obedecer a autoridade.
"Agora perseguir a imprensa? Isso é prática comum em ditaduras! Isso não pode ser passado como normal! O sr. tem que parar imediatamente de perseguir a imprensa. E só pra lembrar q a última vez que @ggreenwald foi chamado de mentiroso ele ganhou o prêmio Pulitzer" pic.twitter.com/UZIbEQbx2R
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) July 2, 2019