Na terça-feira, é esperada uma entrevista coletiva com a deputada
O Globo
Na próxima segunda-feira, a deputada federal Flordelis comparecerá à Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) para prestar um novo depoimento no caso do assassinato do pastor Anderson do Carmo, marido da parlamentar. Em nota, a assessoria de Flordelis afirmou que, “embora como parlamentar a deputada tenha a prerrogativa de escolher o dia e o local do depoimento, ela decidiu aceitar o convite nos termos formulados pela polícia, porque tem o interesse de colaborar com as investigações” como testemunha. Na terça-feira, ela deverá conceder uma entrevista coletiva na Barra da Tijuca, em local a ser informado.
A polícia anunciou na noite desta sexta-feira, na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), que a deputada seria intimada a depor na especializada. Anderson foi assassinado no último domingo, na garagem de casa, em Niterói. Flordelis entrou no radar dos investigadores como suspeita de participação no crime, principalmente após depoimento de um dos filhos, que apontou ela e suas irmãs como autoras da execução.
Além da intimação, a delegacia confirmou, também, que foram quebrados os sigilos telefônicos de Anderson, de Flávio dos Santos, filho de Flordelis, que já assumiu à polícia que disparou seis vezes contra o padrasto, e, também da deputada federal, mas a dela foi negada pela Justiça. O conteúdo será analisado pela Inteligência.
Imagens mostram movimentação dos suspeitos
A investigação também afirma que, numa das câmeras de segurança utilizadas na apuração do crime, há imagens que mostram o momento em que Lucas dos Santos, de 18 anos, preso desde segunda-feira, chega à casa da família, às 3h, saindo do banco do carona de um carro. Ele entra na residência, carregando uma mochila. Às 3h15m, ele volta a aparecer: sai da casa, correndo. Segundo a polícia, Anderson foi morto às 3h25m. Depois deste horário, Flávio, que também está preso, também deixa o local e volta em seguida.
Segundo a DHNSG, Flávio alega que foi até um posto da PM pedir ajuda, o que não é confirmado pela polícia. Lucas, por sua vez, alegou que havia apenas roupas na mochila. A polícia ainda não sabe o que motivou o crime, e segue trabalhando com várias possibilidades, como questões financeiras e amorosas.
— Todos que estavam na casa no momento do crime estão sendo objeto de investigações. Incluindo a deputada Flordelis. Nós ainda não temos uma motivação. Ela foi intimada hoje (sexta-feira) a depôr, e seu depoimento deve acontecer na próxima semana. Ainda sem data marcada — afirmou a delegada Bárbara Lomba, da DHNSG. Segundo ela, vinte pessoas já foram ouvidas pela polícia, sendo dez da família.
A delegada Barbara Lomba, titular da DHNSG, diz que, até agora, a polícia pode confirmar que duas pessoas estão envolvidas no crime.
— Podemos dizer que, até agora, duas pessoas estão envolvidas no crime (Lucas e Flávio). Flávio atirou e Lucas comprou a arma. Ele disse que comprou por R$ 8 mil numa favela do Rio. Mas ainda estamos confirmando esta informação — concluiu a delegada.
Relatos ouvidos pela polícia indicam que, antes de ser assassinado, Anderson do Carmo estava trocando de roupa em um cômodo próximo à garagem da casa. A delegada afirmou que precisa ouvir mais testemunhas:
— Sabemos que eles chegaram em casa, pelos relatos e pelas imagens, que a vítima chegou em casa e, alguns minutos depois, quando já estava trocando de roupa, teria voltado ao carro. Não se sabe o motivo. Em depoimento, a Flordelis disse que estava no terceiro andar na hora que ouviu os tiros, que não teria presenciado o crime.