Fuga de dólares é a maior da história do Brasil

‘Credibilidade’ do governo não impediu fluxo financeiro negativo de US$ 62 bilhões

Flickr/Jenifer Corrêa

09 JaneiroLido 

‘Credibilidade’ do governo não impediu fluxo financeiro negativo de US$ 62 bilhões

Nunca na história do país. Assim o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se referiu, algumas vezes, a feitos de seu governo, como a queda na pobreza. A equipe econômica do Governo Bolsonaro pode pedir emprestada a frase, mas o sentido é negativo: a saída de dólares da economia brasileira superou o ingresso em US$ 44,77 bilhões em 2019.

Essa é a maior retirada líquida de divisas desde o início da série histórica, há 37 anos, em 1982. O recorde anterior tinha sido registrado em 1999, quando o fluxo cambial – diferença entre as entradas e saídas de dólares – ficou negativo em US$ 16,18 bilhões.

Naquele ano, a política de estimular o déficit externo implantada pelo então presidente do Banco Central, Gustavo Franco, quebrou o Brasil. A cotação do dólar dobrou e o país foi obrigado a recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

O fluxo cambial é composto de duas partes: o fluxo comercial, que mede o fechamento de câmbio para exportações e importações, e o fluxo financeiro, que mede investimentos em empresas, empréstimos e transações no mercado financeiro. Os dados do Banco Central mostram que, no ano passado, a fuga de dólares ocorreu no canal financeiro.

O fluxo comercial ficou positivo em US$ 17,47 bilhões. O financeiro, no entanto, registrou saída líquida de US$ 62,24 bilhões. Apenas na bolsa de valores, a retirada por investidores estrangeiros chegou a US$ 44,5 bilhões no ano passado, a maior desde o início da série história da B3, em 2004.

FonteMonitor Mercantil

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