Após escândalo de corrupção rachar coalizão, oposição e ex-aliados aprovam moção de desconfiança e derrubam chanceler Sebastian Kurz e seu gabinete. País deve ter novas eleições em setembro.
O chanceler federal da Áustria, Sebastian Kurz, e seu gabinete conservador foram destituídos nesta segunda-feira (27/05) após partidos de oposição reunirem forças numa moção de desconfiança no Parlamento. Esta é a primeira vez que um governo é destituído no pós-guerra no país.
A moção de desconfiança contra Kurz, do Partido Popular da Áustria (ÖVP), foi proposta pelo Partido Social-Democrata (SPÖ), de centro-esquerda, a maior força de oposição. O até então parceiro de coalizão do ÖVP, o Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), de extrema direita, apoiou a moção.
Ambas as legendas que votaram contra Kurz o acusaram de usar alegações de corrupção contra o ex-vice-chanceler federal e líder do FPÖ Heinz-Christian Strache para convocar eleições antecipadas, afastar ministros da legenda de extrema direita e, assim, assumir o controle total sobre o governo.
Tais alegações de corrupção contra Strache, que ficaram conhecidas como “caso Ibiza”, fizeram com que ele renunciasse e levaram a coalizão de governo a rachar. Em meados de maio, jornais alemães divulgaram um vídeo gravado na ilha espanhola em que o líder do FPÖ promete favores políticos e contratos públicos a uma suposta milionária russa em troca de apoio eleitoral.
Na votação desta segunda-feira no Parlamento, 110 deputados votaram a favor da destituição de Kurz e seu gabinete de ministros. No total, 71 parlamentares – 61 do ÖVP e dez do partido opositor liberal Neos – votaram a favor de manter o governo de Kurz até eleições antecipadas, previstas para setembro. Dois deputados independentes se abstiveram.
De acordo com a Constituição austríaca, cabe agora ao presidente Alexander Van der Bellen apontar um gabinete de especialistas para governar até as novas eleições.
Nas eleições para o Parlamento Europeu no último domingo, o conservador ÖVP foi o partido mais votado na Áustria, com 34,9% da preferência do eleitorado.
LPF/dpa/afp/rtr/efe