Por Gabriela Coelho
Alegando “grave incompatibilidade de entendimento”, seis procuradores que compõem o grupo de trabalho da “lava jato” enviaram um comunicado de demissão por meio de mensagem a grupos coletivos de trabalho das forças-tarefas da operação em Curitiba e no Rio.
Os procuradores Raquel Branquinho, Maria Clara Noleto, Luana Vargas, Hebert Mesquita, Victor Riccely e Alessandro Oliveira contestam uma manifestação enviada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao Supremo Tribunal Federal na noite da última terça-feira (3/9).
A insatisfação deles se deve fato de que Dodge pediu para arquivar preliminarmente trechos da delação de Léo Pinheiro que citavam o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“Foi um grande prazer e orgulho servir à Instituição ao longo desse período, desempenhando as atividades que desempenhamos. Obrigada pela parceria de todos vocês. Nosso compromisso será sempre com o Ministério Público e com a sociedade”, escreveram os demissionários.
Inimiga
Em agosto, mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil, em parceria com o jornal El País mostravam que procuradores da “lava jato” consideravam a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, um entrave e uma espécie de inimiga interna da operação. Eles até discutiram estratégias para pressionar Dodge, por meio da imprensa, a enviar ao STF o acordo de delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, a principal testemunha da “lava jato” contra o ex-presidente Lula.