Isolado, Gil fala do coronavírus, recuperação de Preta e medo da morte

O cantor Gilberto Gil, de 77 anos, está isolado em sua casa no Rio de Janeiro, em meio a pandemia do novo coronavírus.

Foto: Flora Gil / Instagram / Reprodução
Quarta, 29 de Abril de 2020 – 16:50

Isolado, Gil fala do coronavírus, recuperação de Preta e medo da morte


O cantor Gilberto Gil, de 77 anos, está isolado em sua casa no Rio de Janeiro, em meio a pandemia do novo coronavírus. Apesar de estar vivendo em um espaço limitado há sete semanas, o artista baiano vem mantendo uma rotina intensa. Durante o período, o cantor assiste TV, atualiza o e-mail e o WhatsApp, se exercita, toma sol, lê livros, toca violão, grava músicas e faz entrevistas. 

Se protegendo da doença que vem afetando todo o mundo, Gil viu sua filha, Preta, passar por um período de quarentena após ser contaminada pelo vírus. Apesar do susto, o cantor manteve pensamento positivo acreditando nos estudos médicos sobre a resistência de pessoas fora do grupo de risco. 

“A posição da medicina, que considerava a doença menos severa para os mais jovens, me dava confiança quanto à capacidade de ela se recuperar sem maiores problemas. Foi o que aconteceu. Agora ela vai mantendo o isolamento e se fortalecendo para voltar ao trabalho, quando for possível”, diz. 

Em entrevista ao O Globo, o veterano da música acha que “sem dúvidas, estamos vivendo um momento que vai ficar na História como marcante e transformador”, e destaca o grande número de artigos e trabalhos realizados por cientistas que estão  “dando conta de tantas novas interrogações suscitadas pelo coronavírus e tudo que ele trouxe”. 

Comovido com toda a problemática do momento, o artista disse estar “muito interessado em acompanhar a marcha devastadora da pandemia e em buscar a proteção pessoal e da família”. Ele também se descreve como atencioso em relação às buscas pelas vacinas, remédios e  “a adaptação das atividades produtivas às novas exigências, as transformações nas formas de convívio e as novas disposições do amor e do afeto”.

“Se vamos recomeçar, deixaremos para trás muito do que temos sido até aqui. Ao assumirmos um novo mundo, estaremos nos encaminhando, de novo, para um novo fim. E assim por diante de si mesmo, ad infinitum”, reflete. 

Questionado se ele tem medo da morte, Gilberto Gil afirma que sim, “como todo mundo” e completa: “Nas minhas orações, a única coisa que peço à vida é a boa morte. De resto, a vida tem me dado o que preciso para tocá-la adiante, não me esquecendo da primeira sentença das escrituras védicas: ‘Tudo é sofrimento’”.  

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