Mais de 100 mil mortos e feridos no Afeganistão desde 2009

Missão Unama, da ONU, divulga balanço trimestral das vítimas do conflito que já dura 40 anos.

Explosão de carro-bomba em Kandahar, julho de 2019, matou pelo menos dez

Data 26.12.2019

Missão Unama, da ONU, divulga balanço trimestral das vítimas do conflito que já dura 40 anos. EUA negocia com talibãs: retirada de 14 mil militares americanos é pré-condição para eventual acordo de paz.

A guerra no Afeganistão fez mais de 100 mil vítimas civis, entre mortos e feridos, na última década, divulgou nesta quinta-feira (26/12) o diplomata japonês Tadamichi Yamamoto, responsável pela missão das Nações Unidas em território afegão (Unama, na sigla em inglês).

“A guerra no Afeganistão continua a ter um impacto terrível nos civis”, comentou em comunicado, num momento em que prossegue na região o conflito entre os rebeldes talibãs e o governo afegão apoiado pelas forças americanas.

“As baixas civis durante os últimos dez anos ultrapassaram recentemente as 100 mil”, referiu Yamamoto, expressando “extrema tristeza” perante a situação. Ao mesmo tempo, conclamou os envolvidos a darem “passos verdadeiros e concretos para o fim da guerra, pois não pode haver solução militar para o conflito neste país”.

A guerra no país asiático já dura 40 anos, e desde 2009 a missão da ONU publica relatórios trimestrais detalhados sobre as vítimas civis. Em meados de outubro, ela registrava um número recorde de vítimas civis: 1.174 mortos e 3.139 feridos, representando um acréscimo de 42% em relação ao terceiro trimestre de 2018.

Estados Unidos e talibãs estão envolvidos há mais de um ano num processo de negociação marcado por avanços e recuos, em busca de um acordo para reduzir a violência na região. No total, os EUA mantêm no território afegão cerca de 14 mil militares destacados, cuja retirada é um ponto central para um eventual acordo com os insurgentes.

No atual comunicado, Tadamichi Yamamoto reiterou o apelo das Nações Unidas para que “todas as partes interessadas tomem medidas sinceras e concretas em direção ao fim da guerra”. Também nesta quinta-feira, seis soldados morreram e outros três ficaram feridos quando um carro-bomba explodiu no distrito de Balkh, na província homônima no norte do Afeganistão, informou o Ministério da Defesa em comunicado no Facebook.

AV/afp,lusa,dpa

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