Mais sete mil reais ? Fazer política não é fazer fã clube

Palavras “bonitas” é o que talvez uso como forma de propor alguns debates e reflexões que acredito serem necessárias aos trabalhadores e trabalhadoras de Ipirá, nada além disso, se você, caro leitor, julga que debater a cidade, seja em que espaço for, é fazer uso de palavras bonitas, afinal prefiro palavras bonitas do que salários de mais de SETE MIL reais para usar a “tribuna do povo” para nada além de proferir palavras “bonitas” ou quem sabe encontros sexuais.

Foto: Ilustração/Google

MAIS SETE MIL REAIS? FAZER POLÍTICA NÃO É FAZER FÃ CLUBE

 Por Iago Gomes

            Palavras “bonitas” é o que talvez uso como forma de propor alguns debates e reflexões que acredito serem necessárias aos trabalhadores e trabalhadoras de Ipirá, nada além disso, se você, caro leitor, julga que debater a cidade, seja em que espaço for, é fazer uso de palavras bonitas, afinal prefiro palavras bonitas do que salários de mais de SETE MIL reais para usar a “tribuna do povo” para nada além de proferir palavras “bonitas” ou quem sabe encontros sexuais.

            Introduções à parte, 2020 é ano eleitoral (ou é pra ser teoricamente), ano de eleições municipais, quando sabemos que em boa parte dos interiores baianos, assim como em Ipirá, ânimos ficam aflorados em verdadeiras guerras que dividem famílias, amigos, colegas de trabalho, vizinhos. Assistindo algumas lives de políticos locais pude observar pessoas empenhadas em elogiar, em proferir afetos de paixão sobre figuras públicas, o que não é problema, acredito que parabenizar quando se faz um “bom trabalho” faz parte e também não é objetivo meu criminalizar atitudes como estas, não tenho nem essa capacidade. O que quero conversar com você, leitor, é sobre o outro lado, o que essa paixão impossibilita, o que esses elogios impossibilitam. Quantas perguntas e críticas são utilizadas para avaliar o desempenho de vereadores e prefeito sem demonstrar um apoio antecipado ao grupo e ao serviço prestado? Se Política Eleitoral é feita com propostas para a cidade, mas ainda não começou “oficialmente” a corrida eleitoral, porque há toda essa alienação pública em defesa de pré-candidatos gestores?

            Política não deve ser feita com o sangue que corre nas veias, nem em relação aos amores e ódios por pessoas, nem na “nobreza” do sangue familiar responsável por quase todos os prefeitos da história de Ipirá. Política deve ser feita sempre com debate da cidade. Qual Educação queremos? Qual Saúde queremos? Qual Cultura queremos? Qual Segurança queremos? Qual Ipirá queremos? Não acho que seja a do salário de mais de SETE MIL para vereadores, nem que seja a dos vereadores que representam apenas lugares específicos (ou se dizem), mas são pagos com o dinheiro de TODA A CIDADE, também não acredito que seja pelos fã clubes apaixonados que destinam elogios conjuntos nas oportunidades que temos de debater a cidade. E não tem essa de “tenho fã clube porque mereci”, a gente sabe que o que move fã clube é paixão e não crítica.

            A primeira mudança de Ipirá começa por saber como e por onde direcionar a política e a forma de fazer política nela. Paixões não movem mudanças e décadas de história mostram isso, o que move mudanças é se inserir dentro da política e não só eleitoral, mas pública, cobrando, debatendo e se apresentando, seja na rua, seja na estrada, seja nas redes sociais, não há problema, problema é salário de SETE MIL REAIS enquanto boa parte da população padece sem a necessária política.



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