Escola de samba carioca homenageou heróis da resistência, negros e índios, que não saíam nos livros
A Estação Primeira de Mangueira se consagrou como a grande campeã do Carnaval do Rio de Janeiro em 2019. É o 20º título da escola, que deixou a Marquês de Sapucaí aos gritos de “é campeã” vindo das arquibancadas na madrugada de terça-feira. A Mangueira defendeu o enredo História para ninar gente grande, criado pelo carnavalesco Leandro Vieira, que exaltou os líderes populares que influenciaram a história do Brasil, especialmente índios e negros. Um dos momentos mais marcantes foi a inclusão de uma homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em março de 2018.
“Um enredo completamente emocionante. A Mangueira tem essa responsabilidade”, disse a cantora Alcione ao analisar o tema da escola. No enredo, Alcione representou Dandara, a mulher de Zumbi dos Palmares. “Foi uma honra representar Dandara, uma líder das pessoas escravizadas”, afirmou.
A cantora Leci Brandão, que é mangueirense, disse ter sido tomada por um misto de sentimentos durante o desfile, pois foi homenageada e citada na letra do samba-enredo. “A gente entra para a ala dos compositores nos anos de 1970 e, em 2018, ter o nome no samba é pra gente chorar, uma emoção muito grande mesmo, principalmente porque vim representando Luiza Mahin”, afirmou a artista.
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