Mesmo com 40% do corpo hídrico ameaçado, Brasil ainda é esperança para crise mundial

Wagner Costa Ribeiro, professor da FFLCH, acredita em recuperação dos recursos hídricos por meio da conscientização


Por Bruna Diseró
Editorias: Atualidades, Rádio USP – URL Curta: jornal.usp.br/?p=267516

O Painel Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos divulgou um relatório, que alerta para a atual situação hídrica do Brasil. Estima-se que 40% do território nacional tem ameaças relacionadas à água, passando por um processo denominado por especialistas como “estresse hídrico”.

Os Estados brasileiros mais afetados por esse “estresse” são o Distrito Federal, seguido por Ceará, Paraíba, Rio de Janeiro e Pernambuco. São Paulo tem 70% do seu território em situação crítica, reflexo, principalmente, da superpopulação e das práticas agrícolas que esgotam o solo.

Em 2035 especula-se que faltará água para 74 milhões de pessoas no País. Mesmo assim, acredita-se que o Brasil tenha uma posição estratégica nesse cenário, já que possui cerca de 12% da disponibilidade de água doce do planeta. Essa porcentagem desperta interesse por parte da comunidade internacional, que também passa por crises de “estresse hídrico”, mas que não possui tantos recursos.

Wagner Costa Ribeiro, professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, não acredita que existirá uma guerra por água nos moldes do quarto filme da franquia de George Miller, Mad Max: a Estrada da Fúria. Para ele, o possível futuro para a exportação de água seria em estado incorporado a outros produtos, como em alimentos, por exemplo.

O professor também afirma que é possível aliviar as pressões contra os corpos hídricos no Brasil. Ele propõe dois tipos de conscientização sobre o uso da água: o primeiro diz respeito ao ensino da população acerca do uso correto da água, principalmente em relação aos esgotos e descartes de lixos sólidos. Já o segundo tipo de conscientização é para as indústrias e núcleos agropecuaristas, propondo leis e fiscalização mais rígidas.

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