Intenção do presidente é usar a data para pregar que sua eleição representa uma nova independência, com a derrota dos partidos de esquerda
Por Juliana Rodrigues
Em meio a uma crise fiscal que levou ao corte de expediente das Forças Armadas, o governo federal vai aumentar os gastos com o desfile de Sete de Setembro, primeiro realizado durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
De acordo com a Folha, o contrato assinado pela gestão pública para a montagem e organização da cerimônia militar prevê um custo de R$ 971,5 mil, 15% mais do que no ano passado, quando o então presidente Michel Temer (MDB) gastou R$ 842,3 mil, em valores corrigidos pela inflação.
Assessores do Palácio do Planalto afirmam que a intenção de Bolsonaro é usar a data para pregar que sua eleição representa uma nova independência, com a derrota dos partidos de esquerda. O presidente também pretende reforçar discurso em defesa da soberania nacional, sobretudo em relação à floresta amazônica.
Em uma tentativa de melhorar a imagem do governo, que apresentou piora segundo a última pesquisa Datafolha, o Palácio do Planalto também iniciou uma série de ações de marketing, a exemplo do estímulo para que o comércio conceda descontos até sábado (7), no que foi apelidado de “Semana da Pátria”. A ideia foi inspirada nas celebrações da independência nos Estados Unidos, comemorada no dia 4 de julho.
Ontem (2), Bolsonaro afirmou que não pretende anunciar um pacote de proteção ambiental, diante da falta de recursos. “Não tem pacote. Eles [ministros] estão viajando para colher dados e ver o que a gente pode fazer. Eu até perguntei para os ministros: temos recursos? Não tem recurso”, disse.