Ministro inaugura produção de aparelhos de refrigeração com tecnologia que não agride camada de ozônio

Evento realizado em Curitiba (PR) apresentou equipamentos que usam gases naturais para substituir gases sintéticos. Projeto, fruto de projeto do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, é executado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e pela iniciativa privada.

Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, com parte da equipe da Eletrofrio que atuou no projeto. Foto: UNIDO

 

Evento realizado em Curitiba (PR) apresentou equipamentos que usam gases naturais para substituir gases sintéticos. Projeto, fruto de projeto do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, é executado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e pela iniciativa privada.
O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, participou nesta terça-feira (30) da cerimônia de inauguração da nova linha de produção de equipamentos para refrigeração comercial com gases que não agridem o meio ambiente.

O evento aconteceu em Curitiba (PR), na sede da Eletrofrio, empresa que desenvolveu o novo sistema com o apoio do Ministério do Meio Ambiente e da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO).

A solenidade contou com a participação de Marcelo Rangel, prefeito de Ponta Grossa (PR); Raffaele Festa, cônsul da Itália em Curitiba; Alessandro Amadio, representante da UNIDO; além de empresários do ramo de refrigeração comercial.

Os HCFCs são largamente usados em equipamentos de refrigeração comercial e em aparelhos de ar-condicionado, mas devido ao potencial destrutivo da camada de ozônio estão em processo de eliminação, conforme cronograma estabelecido pelo Protocolo de Montreal.

Já o propano e o CO2, quando utilizados como fluidos frigoríficos, não têm impacto destrutivo considerável para o meio ambiente.

O Brasil vem agindo para cumprir as metas pactuadas com o Protocolo por meio do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e executado pela UNIDO em relações às ações voltadas para setor de manufatura de equipamentos de refrigeração e ar-condicionado.

O ministro visitou as instalações da fábrica da Eletrofrio, conheceu o maquinário de última geração que permite a utilização dos gases naturais e aprovou a iniciativa: “Aqui um exemplo de como usar recursos para viabilizar a tecnologia, gerar emprego, melhorar, portanto, a qualidade ambiental no planeta”.

Ele também destacou que o financiamento e a ação do governo serão etapas necessárias para o fomento dessa nova técnica.

“O papel do Estado é criar os mecanismos para que essa competitividade da indústria se estabeleça, também o setor privado ao ver que há um ganho de imagem, um ganho de eficiência a menores custos. Os desafios aqui no Brasil, em geral, são de financiamento. Esse talvez seja o próximo passo.”

O valor investido para viabilizar essa nova tecnologia foi de aproximadamente 2 milhões de reais dos quais R$ 1,4 milhão é oriundo do PBH, cujos recursos foram obtidos pelo governo no âmbito do Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Montreal.

Alessandro Amadio, representante da UNIDO no Brasil, destacou a importância do evento e de mostrar resultados práticos da atuação no país.

“Foi importante para mostrar ao ministro, aos secretários presentes, o impacto de um projeto executado pela UNIDO no Brasil. O Protocolo de Montreal prevê essas reduções de HCFCs, mas nós também visamos, além das reduções, a criação de empregos, novas empresas, criação de renda.”

Se a nova forma de refrigeração tem êxito no quesito ambiental, no econômico a expectativa também é de sucesso. Rogério Marson, engenheiro industrial da Eletrofrio, destacou que esse modelo de refrigeração já está sendo usado em outros países e aposta na aplicação dela em âmbito nacional.

“As perspectivas são muito positivas. A gente prevê que já em 2019 nós tenhamos negócios que podem chegar a R$ 10 milhões, em função dessa nova solução na refrigeração de supermercados. Para os próximos anos, com a consolidação do projeto, a expectativa é atingirmos R$ 50 milhões por ano. É uma tecnologia que já está sendo usada na Europa, já há alguns anos com sucesso. Acreditamos que no Brasil também será bem-sucedido.”

Tecnologia do futuro com aplicação no presente
Joanir Zonta, presidente da rede de Supermercados Condor, também esteve presente no evento. No dia 3 de abril desse ano foi inaugurada o 50º supermercado da rede Condor. Esta nova unidade foi a primeira da América Latina a usar a nova tecnologia de refrigeração.

Ele destacou que os esforços da Rede Condor para ser mais ambientalmente sustentável não vêm de agora.

“Há mais de 30 anos que o Condor vem se preocupando com o meio ambiente. Durante esse período fizemos muitas mudanças. Em 2009, nós reduzimos em 50% o uso de gases poluentes. Depois começamos o uso de CO2 na parte de congelados.”

Ele comentou que o propano se mostrou a saída ideal para resolver o problema dos HCFCs: “Ainda usávamos gases poluentes na casa de máquinas. Quando soube do Propano, sabia que tinha que conseguir isso para nós também. Conseguimos e foi uma vitória ser a primeira loja na América do Sul 100% sustentável na área de refrigeração”.

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