Deputado também considera que a reforma da Previdência não deve ser votada no primeiro semestre na Câmara
Por Juliana Almirante
O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) descartou, em entrevista à Rádio Metrópole hoje (3), que o governo de Jair Bolsonaro facilite o papel da oposição, diante da adoção de medidas polêmicas, que muitas vezes são revogadas.
“Eu considero que não. Como é um governo caótico e cada hora faz maluquice diferente. É tomada de três pinos, é tirar cadeirnha de criança, é decreto de armas, é medida para facilitar desmatamento. Isso dá o maior trabalho para oposição. A oposição fica exausta, de um lado para o outro, tentanto impedir isso, e, ao mesmo tempo, tendo que apresentar algum projeto para o país. Não basta, nesse momento, ficar contra esses absurdos, é preciso também apresentar saídas para o Brasil”, afirma.
Molon também considera que a tramitação da reforma da Previdência não deve cumprir o prazo estipulado pelo governo.
“Acho que é difícil ser aprovada nesse primeiro semestre na Câmara e confesso que fico satisfeito com isso, porque, do jeito que ela está, é muito cruel com o trabalhador. Nós da oposição entendemos que é importante, para tornar a previdência sustentável, equilibrar as contas, mas sem com isso cometer injustiças horríveis, como essa que vai excluir milhares de brasileiros da aposentadoria. Aqueles que conseguirem se aposentar com muito sacrifício vão se aposentar com muito menos”, opinou.
O deputado acredita ainda que o governo não deveria tratar a matéria como “uma porção mágica” para resolver os problemas do país.
“Eu não vi até hoje um projeto para nos tirar da situação em que o Brasil se encontra, para gerar emprego e renda. A Reforma da Previdência vai resolver tudo? É importante fazer uma coisa para equilibrar as contas, mas não tão injusta como essa”, diz.