por Ailma Teixeira
Motoristas de aplicativo e motociclistas que fazem delivery de produtos se reúnem em frente à sede da Uber em Salvador, na tarde desta segunda-feira (16). Eles protestam, na Rua Ewerton Visto, ao lado da Av. Tancredo Neves, para cobrar um posicionamento da empresa diante do assassinato de quatro motoristas na última sexta-feira (13).
Os trabalhadores foram encontrados mortos, com sinais de tortura, e dentro de sacos plásticos na localidade conhecida como Paz e Vida, no bairro de Santo Inácio (veja aqui). O crime é investigado pela Delegacia de Homicídios Múltiplos.
Diante do caso, a Uber e a 99, que gerenciam os serviços de transporte por aplicativo, disseram estar acompanhando o caso, mas os motoristas clamam por providências.
“A categoria está abalada e as operadoras não se declaram, não falam nada, mas hoje a gente vai conseguir uma informação”, ressalta Ricardo Carvalho, um dos diretores jurídicos do Sindicato dos Motoristas de Aplicativo (Simactter-BA). Eles anunciam que só vão destravar o trânsito quando a Uber se comprometer a tomar alguma medida.
De acordo com o diretor, o presidente da Simactter-BA, Átila do Congo, está dentro da sede da Uber, repassando as exigências do grupo à empresa.
Carvalho conta ainda que muitos colegas evitaram trabalhar no último fim de semana por medo, mas, infelizmente, precisam retomar suas atividades. “Eu tenho que trabalhar. O mal jamais vencerá o bem. Tenho medo? Tenho. Tenho receio? Tenho. Mas eu vivo disso hoje. São quase 30 mil motoristas de aplicativo hoje, eu diria que 70% vive de aplicativo”, afirma.
A categoria também cobra atitudes do poder público, tanto municipal quanto estadual. Por enquanto, prevalece a recomendação para que os motoristas evitem a região do Santo Inácio e da Mata Escura.