Na França, prefeitos desafiam governo e proíbem agrotóxicos

Gestores seguiram o exemplo do prefeito da pequena aldeia de Langouët, na região da Bretanha, oeste da França, Daniel Cueff

Foto : AFP/Philippe Huguen

Gestores seguiram o exemplo do prefeito da pequena aldeia de Langouët, na região da Bretanha, oeste da França, Daniel Cueff

Por Juliana Almirante 

Prefeitos de cerca de 40 cidades francesas localizadas na região dos Alpes e do Atlântico aprovaram restrições ao uso de agrotóxicos, de acordo com reportagem da Folha publicada hoje (20).

Os gestores seguiram o exemplo do prefeito da pequena aldeia de Langouët, na região da Bretanha, oeste da França, Daniel Cueff. Ele deu uma ordem municipal de proibição de uso dos agrotóxicos e foi repreendido pelo governo francês, que levou o caso à Justiça.

Após um verão de sucessivas ondas de calor, que apontaram a realidade da mudança no clima, os políticos que são vistos como capazes de agir ganharam prestígio no país.  Os ambientalistas estão em ascensão e os políticos tradicionais começam a se curvar. Nem mesmo o presidente Emmanuel Macron ficou fora da lição e recentemente declarou que mudou sobre as questões ecológicas.

O mandatário francês fez questão de destacar novas iniciativas ecológicas e comprou uma disputa com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, quanto às queimadas na Amazônia.

Macron chegou a manifestar um apoio cauteloso ao prefeito  Daniel Cuef, que se tornou famoso, dizendo que “apoio as intenções dele mas não posso concordar com o desrespeito à lei”, ainda que “os motivos do prefeito fossem bons”.

Cueff recebeu o comentário com sarcasmo: “Na política, o que conta não são as intenções, mas a prática”, disse.

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