Narciso acha belo aquilo que reflete a sua própria imagem e semelhança

NARCISO ACHA BELO AQUILO QUE REFLETE A SUA PRÓPRIA IMAGEM E SEMELHANÇA

Segundo Leandro Karnal: “Não existe governo corrupto numa nação ética”, ou seja, um político honesto ser eleito no Brasil é uma borboleta no aquário, pois na medida em que esse político chegar ao poder e começar a agir de encontro ao “jeitinho brasileiro”, ele não vai agradar nem a gregos e muito menos a troianos.

Existe uma sabedoria oriental que diz: “você não é aquilo que diz e sim o que manifesta”. Dizemos que queremos políticos honestos para nos governar, contudo não manifestamos isso no período da eleição e nem durante os quatro anos de governo. A vibração da maioria dos eleitores brasileiros ainda está na egrégora da astúcia. Nós somos herdeiros do nepotismo português é naturalizamos comportamentos corruptos de tal forma que não sentimos vergonha de agirmos assim. O que significa dizer que o aforismo de Ruy Barbosa foi profético ao deduzir que haveria uma inversão de valor onde ser honesto se tornaria vergonhoso. É como diz Enrique Santos Discepolo na música: “Cambalache”: “Quem não rouba é um imbecil”.

Uma parcela bastante significativa de estudantes quando me veem  assinar o visto no caderno dizem: “o visto desse professor é difícil”. O que está subentendido nessa frase é que se fosse fácil, eles iriam falsificar para ganhar o qualitativo quando eu fosse contar a quantidade de vistos em atividades feitas pelos estudantes. Sendo que isso é dito por eles sem o menor sinal de percepção de que estão sendo corruptos. Sendo que quem falsifica a assinatura de um professor para ganhar pontos hoje, amanhã poderá, facilmente, entrar na política e  falsificar assinaturas para receber verbas públicas.

O que está acontecendo no Brasil é explicado pela Lei de Causa e Efeito de Hesmes Trismegisto. Muitos reclamam do efeito por que ainda não fazem reforma íntima para perceber que são a causa do problema. É importante deixar claro que as leis universais nunca falham. Portanto nós não somos vítimas de políticos mal intencionados como costumamos reproduzir por aí, pois ao olharmos para a televisão no período de campanha eleitoral vemos a nossa própria imagem e semelhança sendo refletida.

Vale salientar que todos nós somos políticos e temos livre arbítrio concedido pelo Pai Amantíssimo para  mudar essa frequência vibratória transmutando do egoísmo para o altruísmo se quisermos colher uma realidade melhor para a nossa existência. Daí da nação surgirá candidatos dispostos a trabalhar para servir ao coletivo e não desviar do que é do coletivo para ser servido.

Quem rouba

Rouba-te a ti mesmo.

Trecho do livro: “Cânticos” de Cecília Meireles (Trecho inspirado no Taoísmo)

Rodrigo Santana Costa é professor e escritor. Publicou a obra: “Clarecer” em verso e prosa.