Nem tudo que parece ser é o que realmente é

o que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons. Martin Luther King

Foto: Google

“NEM TUDO QUE PARECE SER É O QUE REALMENTE É”.


Por Rodrigo Santna – Sexta, 15 de maio de 2020


 

o que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons.

Martin Luther King


                                 

                    Ao fazer a leitura da obra: “Dores do Mundo” de Artur Schopenhauer é possível perceber que o interesse é o ímpeto por traz da maioria de nossas ações. O provérbio já nos alerta que em sendo por demais a ajuda, nós devemos desconfiar. Sendo que a vida tem me demonstrado por meio da ação de muitas pessoas que não era a generosidade o sentimento por traz de muitas ações que me beneficiava. Por que havia o interesse em adestrar o meu pensamento para atender ao posicionamento político de quem me ajudava. Segundo Nelson Rodrigues: “Toda a unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar”. Infelizmente, eu pude ver esse anonimato ser manipulado em determinados grupos que eu me aproximei e me assustei como as pessoas são capazes de negar os seus questionamentos para permanecerem fazendo parte de um grupo que promove festas com comes e bebes à vontade.

         A questão é que nem sempre a pessoa usada percebe que está usufruindo de tanto agrado por que  quem o ajuda vê alguma utilidade nela, mas isso é difícil de ser mantido quando se trata de uma maria que não consegue pensar sempre igual as outras por que se trata de alguém que forma opinião e defende o valor autêntico do seu discurso independente das consequências que ele terá de arcar.

       Esse discurso de Regina Duarte é a prova de que para assegurar seus interesses no governo Bolsonaro, o Eufemismo foi a tônica que prevalesceu:

           “Mas, quando conheci o Bolsonaro pessoalmente, encontrei um cara doce, um homem dos anos 1950, como meu pai, e que faz brincadeiras homofóbicas, mas é da boca pra fora, um jeito masculino que vem desde Monteiro Lobato, que chamava o brasileiro de preguiçoso e que dizia que lugar de negro é na cozinha”.

         Acontece que o humor é a maior ferramenta de propagação de preconceitos mil de naturezas diferentes, pois ele tenta suavizar um discurso que ofende, estigmatiza, inferioriza e ridiculariza o outro, contudo não é só Regina Duarte que se vale de Eufemismo para ser agradável por interesse, pois muitos são agradáveis ao prefeito envolvido em esquema de corrupção por que é do grupo, ao parente que é racista, mas é rico, ao pastor que é homofóbico, mas é o ídolo dos seus pais evangélicos, ao vizinho que cita trechos do livro: “Mein Kampf” de Adolf Hitler apoiando, mas todos no bairro diz que ele é um dos maiores intelectuais da cidade, ao amigo paulista que odeia nordestino, mas só vive pagando cerveja para o nordestino que escuta. Estas e outras situações só revelam o quanto nos silenciamos para sermos convenientes.


Rodrigo Santana Costa é professor e escritor. Publicou a obra: “Clarecer” em verso e prosa.                         

 

 

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