No Primeiro Ato- O ouro do Reno- Um anão entre as ninfas está escrito que “aquele que forjar um anel com o Ouro do Reno poderá ser o senhor do universo”, Todavia isso só seria possível acontecer por aquele que renunciasse todo o amor do seu coração. Então disse o Anão Alberich: “A partir deste momento, renuncio para sempre ao Amor e o amaldiçoo eternamente”. Essa ópera é uma metáfora que revela o quanto o espírito humano é capaz de se comprometer pelo o desejo de realizar atividades materiais do ego iludido. Situação esta que está muito bem representada pela ação de Judas Iscariotes, Dalila (mulher de Sansão), Cipher (Personagem do filme Matrix).
A força ilusória do “servir a Mamon” foi capaz de corromper até aqueles que dizem falar em nome do mestre Jesus. Os templos estão repletos de falsos profetas que desejam por o “Anel de Nibelungos” em seu dedo. A política brasileira está alçada em passar por cima de qualquer pessoa para se ter a posse do “Anel de Nibelungos”. O que a cegueira da cobiça deste Anel de Poder rouba do espírito é a consciência de temporalidade. Algo que é abordado no capítulo: “O Dragão e o Anel”: “Dizer-se possuidor, não é dizer-se também transitório possuidor, uma vez que nada há de permanente e num mundo sempre mutável? Sendo que para justificar esse desejo de uma legião de “agregados impuros” que caíram neste orbe para ter outras chances de reparação do Carma, contudo optam pelos desejos do orgulho e egoísmo que são as chagas acendidas pela vontade de ter “O Anel de Nibelungos”.
É importante ressaltar que tudo tem o seu preço e com algo tão poderoso no dedo quanto o “Anel de Nibelungos” não seria diferente. É no entanto que Erda, a deusa da terra alerta Wotan que aquele que possuir este anel: “estará sempre sob a mira dos que ambicionam tê-lo um dia para si!”
“O Anel de Nibelungos” existe! E a maneira como cada espírito lida com a sua presença é questão de escolha, pois o Livre Arbítrio foi dado Ábba para que a gente decidisse entre a porta estreita e a porta larga. O dinheiro é fundamental para sobrevivermos, contudo existem várias formas de se relacionar com ele. E a forma que nos relacionamos é que é o cerne da questão. É possível trabalhar e ganhar honestamente e viver em paz de espírito por ter a consciência que é digno (a) de ter o que tem. E eu acredito muito que existem espíritos nesta condição habitando o planeta Terra neste momento! E o meu desejo é que vocês nunca invejem quem está com o “Anel de Nibelungos”, pois estes tiveram que passar por cima de muita gente para um dia possuí-lo.
Rodrigo Santana Costa é professor e escritor. Publicou a obra: “Clarecer” em verso e prosa.