O MUNDO É MESMO DOS ESPERTOS?

 

       Num país onde a justiça não é cega, onde a lei de Gerson é assinada embaixo todos os dias por uma parcela bastante significativa da população brasileira em suas ações, onde exaltamos ser “o malandro” da música interpretada por Bezerra da Silva. Será que os efeitos sociais dessa mentalidade mostrados na série: “O Mecanismo” do cineasta José Padilha não são suficientes para repensarmos se queremos mesmo um mundo governado por espertos? 

        O conto: “Das vantagens de ser bobo” de Clarisse Lispector deveria ser trabalhado em todas as escolas do Brasil. Por que esse conto desconstrói a imagem negativa que nós construímos dos bobos. Sendo que com as qualidades que a autora destaca dos bobos no conto, se o mundo for dos bobos. Nós seremos sinônimos de justiça e gratidão.   

         O bom dessa história é que já temos alguns bobos que podemos seguir para alcançar este mundo. Era uma vez um homem com um metro e cinquenta e poucos centímetros, magro, sem nenhuma força física, somente com a sua força mental. Uma ideia e a persistência dessa ideia e o não abri mão dessa ideia mesmo pagando um preço alto. Qual fosse esse preço ele pouco se importava só com a força da sua ideia e a sua convicção íntima. Gandhi consegui o que um exército muito armado jamais conseguiria. Gandhi na época em que ele viveu. Com uma atitude política embasada numa postura moral que ele havia aprendido na religião Hinduísta na qual ele fazia parte. Ele tomou uma das disciplinas nessa postura filosófica do Hinduísmo Chamada “ahimṣā” ( Não violência). E ele começou sozinho. Começou a se rebelar  amorosamente contra o poderio que a Inglaterra exercia sobre a índia. Sendo que só com a força da sua ideia e da sua convicção profunda de que o AMOR. Esse sim é o maior instrumento é a grande arma que qualquer ser humano tem para modificar a vida para melhor, Gandhi sozinho provocou a maior rebelião do século XX. 

          Existe um bobo na ficção que também merece ser lembrado nesse texto. Ele se chama: “Forrest Gump: O contador de Histórias” é uma personagem que tem muito a nos ensinar. Eu soube por aí que teve um homem que disse: “se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra”. Apenas um bobo muito sábio poderia dizer uma frase como essa. Portanto, que passemos a dizer: O mundo é dos bobos. E passemos a agir como bobos, pois um bobo nunca pensa em ter vantagem submetendo os seus semelhantes a viver numa condição miserável. No conto “Das Vantagens de ser bobo” a autora Clarice Lispector diz: “É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo”. E tão bobo  assim  FOI o médico Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti que ficou conhecido como “o médico dos pobres”. 

Rodrigo Santana Costa é professor e escritor. Publicou a obra: “Clarecer” em verso e prosa.     

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