O PREÇO DA POLARIZAÇÃO NA POLÍTICA É ALTO DEMAIS!
O povo brasileiro tem sido usado como instrumento para lutar por pautas que atendem, muitas vezes, a interesses que visam apenas o interesse de alguns setores da sociedade e não o bem comum. Esse tipo de condicionamento pode ser compreendido analisando a “Fábula: Os Macacos e as Bananas”
A polarização política é nociva por que leva o eleitor a agir apenas pela emoção, ela divide a população em lados, ela induz ao fanatismo, ela incentiva o povo a ter sentimentos de rivalidade, ela gera inimizade nas famílias, ela desperta ações violentas como o vandalismo, ela estimula a usar a ofensa como argumento, ela tira do cidadão a capacidade de discernimento, ela faz com que as pessoas se comportem de maneira intolerante com relação à diferença de opinião etc.
Isto é um modelo de política gerada para o medo! Cometendo o mesmo equívoco que a Igreja Católica da Idade Média cometeu. Para depois ter de aparecer um Papa consciente do erro como João Paulo II pedindo perdão a humanidade. Portanto, essa é a política da guerra, do discurso de ódio, do discurso da violência, do discurso da intolerância.
Estamos em um momento histórico tão conturbado que se um político de esquerda sentar num restaurante para dialogar com um político de direita e esse encontro for fotografado ou filmado e postado nas redes sociais, ambos são ameaçados de morte tanto nas redes sociais como por integrantes de seus partidos! Esse é um dos preços que quem alimenta a polaridade pode vir a pagar.
A população está andando tão à flor da pele que mandar um representante político “Tomar no c.!” passou a ser compreendido como um jargão de protesto a ser postado com orgulho nas redes sociais. Aí a situação funciona da seguinte forma: Se alguém gritasse “Ei Dilma, vai tomar no c.!” Os petistas achavam ridículo, contudo os bolsonaristas compartilhavam nas redes sociais. E se hoje alguém gritar “Ei Bolsonaro, vai tomar no c.! Os bolsonaristas acham ridículo, contudo os petistas compartilham nas redes sociais. Agora é lógico que existem exceções a essa regra nos dois lados, pois existem uns raros indivíduos que conseguem pensar fora da bolha.
A política deve ser a arte do encontro, a política deve ser o espaço da dialética, a política deve ser o lugar da capacidade de entendimento, a politica deve ser a união das diferenças ideológicas para se atingir o melhor caminho. Nós temos que ter equilíbrio tanto para governar como para escolher quem irá nos representar. Eu acredito que aquela sabedoria que Sidarta Gautama chamou de “o caminho do meio” é a cura para o desenvolvimento de relações sociais onde o respeito ao outro é um princípio a ser levado em consideração nas cartilhas ideológicas, nas reuniões de condomínio, nas reuniões escolares, nas sessões na Câmara dos deputados, nas reuniões de sistemas de crença, nas reuniões em mesas de bar etc. Pode-se citar a exemplo da prática dessa conduta o espírita João de Baixa Grande que tem uma relação de solidariedade com um padre e um pastor da mesma cidade.
Muita gente acha que política é uma coisa e cidadania é outra, como garfo e faca, e não é. Política e cidadania significam a mesma coisa. Mário Sergio Cortella
Rodrigo Santana Costa é professor e escritor. Publicou a obra: “Clarecer” em verso e prosa.