Sexta, 24 de abril de 2020 – Sputniknews
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou no fim da manhã desta sexta-feira (24) a sua saída do governo do presidente Jair Bolsonaro. A decisão do ex-juiz federal foi oficializada durante uma entrevista coletiva em Brasília.
A gota d’ água para que o ex-magistrado, peça importante da Operação Lava Jato enquanto ocupou a 13ª Vara Federal em Curitiba, foi a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Leite Valeixo, nome de confiança e indicado por Moro.
A saída do homem de confiança do ministro na PF era aguardada desde a quinta-feira (23), quando Bolsonaro informou Moro que estava decidido a mudar o comando da PF. Ao longo do dia, muito se especulou sobre a saída do ministro, que foi negada pela assessoria do ministério.
Entretanto, de acordo com assessores de Moro, ele foi pego de surpresa com a exoneração de Valeixo, durante a noite, publicada no Diário Oficial da União.
No documento lê-se que a saída do então diretor-geral da PF foi “a pedido”. Contudo, aliados de Moro afirmaram que a assinatura dele no documento foi mera formalidade e creditaram a decisão ao presidente da República.
Especula-se que a instauração de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), para a investigação dos organizadores e financiadores dos atos antidemocráticos do domingo passado, teria precipitado a saída de Valeixo.
O agora ex-diretor-geral da PF vinha sendo pressionado há meses e nos bastidores dizia-se que reclamava de cansaço. Em agosto do ano passado, Bolsonaro ensaiou trocá-lo, mas a oposição de Moro e a forte reação de setores políticos e da sociedade civil o fizeram recuar do movimento.
Um dos nomes mais cotados para assumir a PF na vaga de Valeixo é o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem. Ele liderou a equipe de segurança de Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018.
Já para a vaga de Moro dois nomes aparecem com destaque: André Mendonça, da Advocacia-Geral da União (AGU), e Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presidência da República.