4 março 2020
Taxa de menores com excesso de peso baixou em 7%; queda no número de crianças obesas foi de 4%; iniciativa apoiada pela agência das Nações Unidas fornece dados sobre avanços nos países europeus.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, marcou este 4 de março o Dia Mundial de Combate à Obesidade. A agência incentiva as pessoas a atingir e manter um peso saudável, buscarem tratamento e reverter a crise desta condição médica.
Em nota, Portugal é apontado como um exemplo no combate à obesidade infantil, três anos depois de ter implementado o imposto sobre bebidas açucaradas.
Excesso
A Iniciativa de Vigilância da Obesidade Infantil da União Europeia e OMS, Cosi, confirmou que as taxas de pessoas que vivem com esta condição em Portugal têm reduzido de forma lenta e segura.
De acordo com a investigadora principal do Cosi em Portugal, Ana Rito, a queda no número de crianças com excesso de peso foi de 37,9% para 30,7% entre 2008 e 2016.
Já a porcentagem das crianças obesas baixou de 15,3% para 11,7%, apesar de continuar sendo um dos mais altos índices da Europa.
A iniciativa tem pesquisado o peso das crianças em idade escolar a cada dois ou três anos em mais de 40 Estados-membros do bloco europeu. Esses dados são depois partilhados com os governos da região.
Adolescentes
De acordo com a OMS, os números relacionados à obesidade quase triplicaram desde 1975 e aumentaram quase cinco vezes mais em crianças e adolescentes. Em todos os países, o problema atinge pessoas de todas as idades e grupos sociais.
A obesidade é um dos principais fatores de risco para várias doenças não transmissíveis como diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e várias formas de câncer.
Em Portugal, a combinação de dietas pouco saudáveis com o aumento do sedentarismo exigiu maior atenção dos serviços de saúde pública para a obesidade infantil.
Uma das razões para se monitorar as tendências da saúde é permitir que Portugal atinja os objetivos relacionados às doenças não transmissíveis até 2030.
Escolas
O Cosi tem avaliado indicadores como prevalência de estilos de vida saudáveis, incluindo dietas e o hábito de atividade física das crianças, assim como locais frequentados por elas, como escolas e família.
Uma das primeiras constatações é que o aumento do consumo regular de refrigerantes influenciou de forma significativa o ganho de peso ao longo do tempo. Esta situação chegou a atingir mais de 80,1% das crianças de seis a oito anos em 2016.
As principais instituições de saúde pública ajudaram a incluir a questão dos impostos sobre bebidas doces na agenda das autoridades. Esse apoio culminou com o imposto sobre bebidas açucaradas que iniciou no começo de 2017.
Bebidas açucaradas
Os resultados dessa medida incluem a redução da quantidade de açúcar em produtos e a queda de vendas destas bebidas.
No país, as dietas pouco saudáveis e a obesidade estão fortemente relacionadas com fatores sociais, sendo as pessoas com baixos níveis de renda e educação as mais vulneráveis a doenças crônicas.
A OMS destaca que, embora ainda haja muito por fazer, para promover comportamentos saudáveis, as medidas implementadas por Porugal são uma referência de boas práticas para conter a epidemia de obesidade infantil.