Os mitos que vira verdade no senso comum

O que poderíamos esperar como resultado de uma geração submetida a uma educação que tem como objetivo principal a ignorantização das pessoas?

O que poderíamos esperar como resultado de uma geração submetida a uma educação que tem como objetivo principal a ignorantização das pessoas? Não deveríamos nos surpreender tanto com a repetição metafórica da confusão que houve na Torre de Babel, a diferença é que no Brasil ocorre no mesmo idioma. Se você for analisar por meio de entrevista perceberá que uma parcela bastante significativa de pessoas que tinham opinião formada sobre o “Projeto Escola sem Homofobia” nunca leram o material disponível em PDF para compreender qual era o objetivo do projeto. Isso é a consequência de um modelo educacional onde o alunado é condicionado, por muitos anos, a acessar apenas o conhecimento para um objetivo específico como para fazer um vestibular ou prova de concurso. Perceba que é comum antes de qualquer coisa que se pretenda fazer em sala de aula o aluno fazer a seguinte pergunta: “Eu vou ganhar nota ao fazer a leitura desse livro? caso não ganhe nada em troca a leitura não será feita se tiver como objetivo de ser uma leitura complementar ao assunto dado em sala de aula, por exemplo”. Esse método Pavloviano de Estímulo- Resposta ajuda ao cumprimento das tarefas do ano letivo, mas passamos a educar uma geração que não se move em direção ao conhecimento por prazer, para formar opinião com conhecimento de causa , para desenvolver senso crítico, para ter embasamento teórico para defender seus conceitos, para ampliar o conhecimento de mundo e para se libertar dos mitos que viram verdade no senso comum.
Como seria possível alguém compreender a Identidade de Gênero sem ter base teórica sobre essa temática? Isso explica a superficialidade dos conceitos que são explanados nas redes sociais e a vulnerabilidade a aceitação de qualquer Fake News que deturpe totalmente o assunto.

Sobre o tema da Identidade de Gênero, o professor Leandro Karnal faz uma excelente colocação ao destacar: “Ontem eu assistir, para minha decepção, uma entrevista do Papa Francisco sendo contra a educação de gênero. Eu acho que a educação de gênero, especialmente no Ensino Médio, ela é fundamental. Educação de gênero não é convencimento de alguém, mas afirmar que do ponto de vista científico existe um cruzamento entre sexo biológico e o sexo como convenção cultural e o ser humano é uma curva densa entre a identidade morfológica do corpo e o comportamento sexual. Se a presença de um órgão genital X ou Y garantisse a perfeita identidade sexual o mundo seria um lugar perfeito. Eu concordo com a teoria de gênero francesa de que neste momento nós temos 7 bilhões de gênero. Grosso modo agrupado em categorias genéricas como Gay, Bissexual etc. Então a função da educação não é convencer alguém, mas retirar o véu que o senso comum tentou convencer alguém de que se a menina tem uma identidade, uma cultura masculina e gosta de outra menina, isso não tem problema nenhum, se isso é convencer alguém ou ideologia de gênero, eu reconheço que eu sou partidário da ideologia de gênero. Pessoas se matam pela inadequação do que elas são biologicamente o que a sociedade espera que elas sejam e o seu desejo. O mundo é mais complexo do que isso. É claro, que eu sou contrário a qualquer processo catequético que um professor, especialmente em relação a crianças, assumam um papel que nos primeiros anos deve ser da família”.

Rodrigo Santana Costa é professor e escritor. Publicou a obra: “Clarecer” em verso e prosa. Ipira City

 

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