Pedido de falência, o duro recado político da Caixa para a Odebrecht

Tom bélico do banco destoa de outros credores. Nos bastidores, a informação é de que a ordem para fechar o cerco contra construtora partiu de Brasília. Caixa teme prejuízo com Itaquerão

Arena Corinthians, estádio construído pela Odebrecht com recursos do BNDES via Caixa.PAULO PINTO (FOTOS PÚBLICAS)

Tom bélico do banco destoa de outros credores. Nos bastidores, a informação é de que a ordem para fechar o cerco contra construtora partiu de Brasília. Caixa teme prejuízo com Itaquerão

REGIANE OLIVEIRA|MARINA ROSSI|DANIEL HAIDAR

“Incomum”. Foi assim que vários especialistas consultados pelo EL PAÍS definiram a decisão da Caixa Econômica Federal de fazer um precoce pedido de falência da Odebrecht, ainda na fase de contestação ao plano de recuperação judicial apresentado pela empresa em junho. Foi naquele mês que a construtora, em meio à pressão de credores pela incapacidade do grupo de arcar com os 98,5 bilhões de reais em dívidas, resolveu ir à Justiça para mediar a questão: propunha continuar em operação enquanto negocia uma forma de pagar o que deve. O banco estatal, no entanto, foi bastante enfático ao afirmar, em documento apresentado à 1ª Vara de Falências de São Paulo, que a estratégia do grupo alvo da Operação Lava Jato não continha elementos mínimos “para ser considerado um plano de recuperação judicial”. Outros credores, como Itaú e Banrisul, também questionaram a empresa, mas nenhum chegou a pedir falência, que é a ordem legal de vender todos os ativos e liquidar a questão. O EL PAÍS apurou que por trás da decisão está o fato de que a Caixa recebeu ordens diretamente de Brasília para apertar o cerco contra a construtora.
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