Afinal, o que estamos fazendo aqui? Essa antiga pergunta deve passar pela cabeça, em algum momento da existência, de todo ser da espécie homo Sapiens, todavia ela carrega uma responsabilidade muito grande na possível resposta por que ao usar o verbo na primeira pessoa do plural significa dizer que a minha percepção singular da realidade deve dar conta do que toda humanidade está fazendo neste planeta. E isso não cabe a nenhum ser humano tentar explicar com a pretensão de seu aquele que tem a fórmula de como aproveitar da melhor maneira possível essa experiência, pois não haverá consenso sobre essa elucubração, contudo pensar o que eu estou fazendo aqui, independente do que os outros estão fazendo é o caracteriza o ser humano que quer construir uma história digna de ser lembrada pela humanidade. O longa metragem: “A Corrente do Bem” inspira a qualquer adolescente do mundo a ser na vida real o agente que a personagem como “Trevor” foi na ficção, pois é possível fazer o mesmo dever de casa passado para os alunos no filme, em sua cidade. Nós somos frutos de uma sociedade que deu tamanha ênfase a luta para conquistar os nossos direitos, o que é algo muito importante, por sinal. Porém quando o dever não estabelece um equilíbrio com o direito, nós entramos em um estado de exigência e passividade. Daí se existe insatisfação com a realidade em que se vive o caminho passou a ser a identificação de um culpado. Sendo que ao identifica-lo, eu transfiro tudo o que existe de ruim na sociedade para a sua incompetência de mudar a situação e me isento de qualquer responsabilidade com o fato da vida ser como ela é, mesmo estando em plena capacidade de agir em prol de mudanças que eu acredito que deveriam acontecer. E se alguém for conscientizar estas pessoas que nós também temos culpa pelos problemas que vivemos, mas que somos capazes de alterar a realidade, muitos preferirão aguardar que Jesus Cristo retorne e o faça. Só que eu, como todo leitor tocado pela obra: “Dom Quixote de La mancha” de Miguel de Cervantes, sou um sonhador! Eu acredito na capacidade do ser humano de transformar as coisas. Portanto eu vou citar alguns “Trevor” da vida real:
Ryan Hreljac “o menino canadense de 6 anos ficou incomodado ao descobrir que crianças na África não tinham acesso à água. Decidiu que precisava agir e juntou, durante quatro meses de serviços domésticos, os US$ 70 (equivalente hoje a R$ 280) que um professor havia dito que eram necessários para abrir um poço. Mas o dinheiro pagava apenas a bomba manual. Ryan não desistiu e começou, então, uma campanha emocionante que se espalhou por vários países. De lá para cá, mil poços abertos em 16 nações beneficiam 1 milhão de pessoas.”
Malala Yousafzai é uma ativista paquistanesa. Foi a pessoa mais nova a ser laureada com um prémio Nobel. É conhecida principalmente pela defesa dos direitos humanos das mulheres e do acesso à educação na sua região natal do vale do Swat na província de Khyber Pakhtunkhwa, no nordeste do Paquistão, onde os talibãs locais impedem as jovens de frequentar a escola. Desde então, o ativismo de Malala tornou-se um movimento internacional.
Rodrigo Santana Costa é professor e escritor. Publicou a obra: “Clarecer” em verso e prosa.