Neste mesmo blog, Gustavo Faldon fez um texto para dizer que Carmelo Anthony não é digno de uma turnê de despedida na NBA, como aconteceu, por exemplo, com Kobe Bryant e Dwyane Wade.
Permita-me discordar, Faldon, mas Carmelo merece mais que uma turnê de despedida. Aos 35 anos, ele não está no último ano de sua carreira – como ele mesmo disse ao First Take, da ESPN.
Na entrevista, Carmelo deixa claro que ainda tem muita lenha para queimar e que está disposto a aceitar ‘certos papéis’ para continuar na liga. Além disso, o ala faz um questionamento bastante pertinente: são 30 times com elencos de 15 jogadores na liga, ou seja, um total de 450 jogadores na NBA.
Não existem 450 jogadores de basquete que contribuam mais do que Carmelo Anthony poderia contribuir para qualquer equipe e isso é indiscutível. No auge, Carmelo era um dos maiores pontuadores da história do basquete.
E ninguém esquece como arremessar, muito menos alguém que foi 10x All-Star da NBA “só por pontuar”. Vindo do banco de reservas e com minutos restritos, Carmelo é, indiscutivelmente, uma ótima opção para segundas unidades que precisem de alguém que converta oportunidades em cestas.
Carmelo foi três vezes medalhista olímpico com a seleção dos Estados Unidos e, em todas, demonstrou ser um grande líder. Anthony pode trazer essa liderança e experiência para qualquer vestiário.
A grande questão sempre foi a mentalidade, a hesitação em aceitar um papel secundário, mas Carmelo continua dando sinais de que está disposto a se sacrificar para voltar a uma quadra de basquete e fazer o que mais gosta.
E esse é outro ponto inegável. Poucos jogadores amam entrar em uma quadra quanto Carmelo Anthony. Entre todos os seus defeitos, o grande destaque no jogo de Melo foi a energia e a vontade de vencer acima de tudo. Não existiu uma partida em sua carreira que Carmelo não deixou tudo em quadra.
Carmelo não merece uma tour de despedida. Ele merece muito mais. Merece uma última chance e uma oportunidade de recuperar a sua imagem. Carmelo Anthony merece ser lembrado como um dos pontuadores mais letais da NBA e não como alguém que ele nunca foi.