A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, de ser o mandante da morte da vereadores Marielle Franco (PSOL-RJ). Na denúncia enviada ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ), a PGR diz que ele “arquitetou o homicídio e visando manter-se impune, esquematizou a difusão de notícia falsa sobre os responsáveis pelo homicídio”, de acordo com reportagem do UOL.
Segundo a publicação, cinco pessoas são acusadas de atrapalhar a acusação:
Domingos Brazão, conselheiro afastado do TCE-RJ;
Gilberto Ferreira, funcionário do gabinete de Domingos Brazão no TCE-RJ;
Rodrigo Jorge Ferreira (Ferreirinha), policial militar no Rio de Janeiro. Apontado pela Polícia Civil como testemunha-chave das mortes de Marielle e de Anderson Gomes. O PM apontou o vereador Marcelo Siciliano e o miliciano Orlando Curicica como mentores do crime;
Camila Moreira Nogueira, advogada de Rodrigo Jorge Ferreira;
Hélio Kristian, delegado da Polícia Federal. Lotado na Delegacia Previdenciária da Polícia Federal, no Rio, o delegado recebeu Ferreirinha nas dependências da PF.
A denúncia foi assinada pela então procuradora-geral Raquel Dodge. “Fazia parte da estratégia que alguém prestasse falso testemunho sobre a autoria do crime e a notícia falsa chegasse à Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, desviando o curso da investigação em andamento e afastando a linha investigativa que pudesse identificá-lo como mentor intelectual dos crimes de homicídio”, diz trecho da denúncia.
É a primeira vez que uma autoridade é apontada como mandante do crime que culminou na morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Brazão já havia aparecido como suspeito anteriormente, mas sempre negou envolvimento.
O advogado de Gilberto Costa diz que a denúncia é “infundada e desconexa”. Camila Nogueira preferiu não comentar. As defesas de Brazão e de Rodrigo Ferreira não foram encontradas. A defesa de Hélio considerou “absurda” a acusação da PGR e diz que o Ministério Pùblico do Rio já concluiu que não houve intervenção da parte dele para obstruir o caso.