Proibição de canudo plástico não resolve questão ambiental

Para especialista, projeto de lei possui caráter simbólico importante, mas não será eficaz sozinho

USP

 

 

Para especialista, projeto de lei possui caráter simbólico importante, mas não será eficaz sozinho


Por Jose Carlos Ferreira – Editorias: Atualidades, Rádio USP, Jornal da USP no Ar 


Segue na Câmara Municipal de São Paulo projeto que proíbe o fornecimento de canudos plásticos. O Projeto de Lei 99/2018, aprovado em primeira votação, seguirá para segunda votação na próxima semana. Caso aprovado, ainda deverá passar pela sanção, ou veto, do prefeito Bruno Covas. Para entender os impactos dessa lei, o Jornal USP no Ar conversou com o professor Pedro Luiz Côrtes, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP.

O Projeto de Lei acompanha um movimento observado em outros municípios, como na cidade do Rio de Janeiro, primeira capital brasileira a proibir o fornecimento de canudos plásticos. Para o professor Côrtes, a metida possui um caráter simbólico maior que o efetivo, sendo necessária a implementação de outras ações para que a gestão de resíduos tenha melhorias.

A substituição de descartáveis plásticos por similares biodegradáveis é fundamental, mas sempre deve ser acompanhada por campanhas educacionais, a fim de orientar a população sobre a importância dessas medidas. O professor comenta que as sacolas plásticas possuem um impacto ambiental superior ao dos canudos. E que ambos poderiam ser substituídos por semelhantes produzidos a partir do papel, reduzindo o dano ambiental. No entanto, sem o trabalho educacional adequado, medidas como essas podem gerar desentendimento entre população e poder público.

Em 2011, durante a gestão de Gilberto Kassab, os supermercados foram proibidos de fornecer sacolas plásticas. O professor lembra que a lei não foi bem recebida pelos moradores da cidade de São Paulo, provocando desconcerto. Não há dúvidas de que o episódio foi fruto da ausência de campanhas de conscientização ambiental. Outros projetos, como a ampliação da coleta seletiva e a valorização de cooperativas de catadores de materiais recicláveis, são essenciais para amenizar a problemática ambiental.


jornal.usp.br

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