Rodrigo Guerra e Gabriel Melo
Selecionar novos talentos em Free Fire e League of Legends não é o único objetivo que a Red Canids espera alcançar com o Red Truck. Com o tour pelo Brasil, passando por 18 cidades, a Matilha almeja também se aproximar ainda mais dos torcedores, em especial daqueles que não residem em São Paulo. Foi o que afirmou o diretor executivo do clube, Felipe Corradini, ao ESPN Esports Brasil durante a Brasil Game Show (BGS) nessa quarta-feira (9).
“Essa ideia veio muito de a gente ter que ativar nossos patrocinadores e nossa torcida em outros estados sem ser São Paulo. Por termos a facilidade com Kalunga, pensamos em fazer eventos em cidades onde a rede se encontra. Nisso veio a ideia da peneira. Juntamos o útil e agradável. Vamos fazer eventos nas cidades com o time de LoL e levar os meninos do Free Fire também. Trazer esse público para perto da Red e dos patrocinadores”, explicou o executivo.
Ainda de acordo com Corradini, a Red Canids quer acabar com a visão de que os torcedores são “apenas mais um” para o clube. “Um dos focos é dar acessibilidade aos jogadores de LoL e Free Fire que tinham a visão de que, se eu entrar na internet, vou ser apenas mais um. Não, agora o fã vai poder ter contato com o time. Vai poder falar com nossa comissão técnica, com nossa psicóloga. Vai ter palestra e vai ter aulas no dia do evento”, afirmou.
O Red Truck nada mais é do que um caminhão que foi adaptado para operar como se fosse uma arena de esport. Além de computadores de alta performance, também disponibilizará para o público que desejar acompanhar as disputas um telão.
O tour pelo Brasil começará ainda neste mês, começando por Porto Alegre, no Rio de Grande do Sul. O clube planeja visitar ainda Florianópolis (SC), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Brasília, Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro, Salvador (BA), Aracaju (SE), Maceió (AL), Recife (PE), João Pessoa (PB), Natal (RN), Fortaleza (CE), São Luís (MA), Belém (PA) e São Paulo.
O 2019 DA RED
“Produtivo”. Foi assim que Corradini classificou o 2019 da Red Canids. “Tivemos nossas derrotas e nossas glórias. Foi bem bacana no modo geral, um saldo bem positivo”.
Neste ano o clube fez um alto investimento no Counter-Strike: Global Offensive, trazendo de volta a ativa fnx e repatriando nak. Com os veteranos e três jovens talentos, o clube montou a formação para a disputa do circuito Clutch. A receptividade que o clube recebeu da comunidade Counter-Strike, inclusive, foi bastante elogiada pelo executivo.
Corradini não deixou de falar sobre a contratação de fnx. “Estávamos procurando o último jogador para o time, aquele que faltava para participarmos do Clutch. Nisso a gente procurou alguém que pudesse agregar experiência junto com os três meninos novos: Nython, pesadelo e o latto – que nunca tiveram grandes experiências”.
O executivo não se mostrou preocupado com um possível fracasso nesse retorno de fnx ao competitivo. Corradini apontou que a Red Canids sabe lidar com grandes estrelas dos esportes eletrônicos: “Temos muita experiência em administrar essas estrelas, como brTT e YoDa. Todos eles passaram pela Red e tiveram a melhor experiência por isso,. Sabemos como tratar esses atletas”.
Rebaixada para a 2ª divisão do League of Legends brasileiro na última temporada, a Red também fez contratações imponentes neste ano a fim de voltar para a elite da modalidade. Em análise sobre 2019, no qual o clube não conseguiu voltar para o CBLoL, Corradini é lúcido: “Com certeza ninguém gosta de perder. De todos os times, só um vai ganhar. Sabemos que é um trabalho a longo prazo.. Estamos criando uma base muito forte. Prezamos muito pelo que estamos construindo. O resultado não veio, lógico que a gente não está feliz”.
Quando o assunto gira em torno da Red fazendo movimentações no mercado de contratações, Corradini é evasivo. “Por enquanto a gente não está trabalhando muito forte na janela, mas temos alguns nomes na cabeça”, afirmou.
Corradini salientou que, “no caso da Red, nossos contratos sempre são focados no longo prazo. Os nossos jogadores possuem contratos de três, quatro anos e isso é bem legal porque dá estabilidade para os atletas. Lógico, todo ano essa época vira um caos no mercado e a gente sempre tenta entender as melhores peças para encaixar num time”.
O executivo falou ainda que, caso a Red vá ao mercado, “vamos tentar focar bastante no mercado interno antes de fazer qualquer loucura por alguém de fora. Temos esperança de montar um bom time sim”.
O investimento feito pelo clube no Free Fire também entrou em pauta. Na visão de Corradini, trata-se de “um cenário muito diferente porque os atletas dessa modalidade são diferentes dos demais. São atletas que temos que trazer mais para perto porque eles ainda não possuem muita noção do que é esse mundo”.
“Temos que tomar muito cuidado em cuidar desses atletas, formar eles direito. A gente tenta cuidar bem da carreira deles, de uma forma mais especial. O Free Fire cresceu muito. É assombroso o tamanho do jogo e a gente tem que estar investindo sempre ele”, finalizou.