O secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou nesta sexta-feira (11) a escolha do premiê etíope, Abiy Ahmed, como vencedor do prêmio Nobel da Paz por seus esforços para resolver duas décadas de conflito com a Eritreia.
“Eu afirmei muitas vezes que ventos de esperança estão soprando cada vez mais fortemente em toda a África. O primeiro-ministro Abiy Ahmed é uma das principais razões para isso”, afirmou o chefe da ONU, em comunicado.
“Sua visão ajudou a Etiópia e a Eritreia a alcançar uma reaproximação histórica, e tive a honra de testemunhar a assinatura do acordo de paz no ano passado.”
O conflito entre Etiópia e Eritreia começou em 1998 devido a uma disputa de fronteiras. A guerra durou dois anos e custou dezenas de milhares de vidas, mas as tensões persistiram.
Abiy assumiu o cargo em abril de 2018, atuando anteriormente como ministro de Ciência e Tecnologia. Ele começou a implementar várias reformas políticas, incluindo algumas que tinham como objetivo alcançar boas relações com a Eritreia.
O secretário-geral da ONU descreveu o acordo de paz de setembro de 2018 entre as duas nações como um “marco” que abriu novas oportunidades para a região usufruir de segurança e estabilidade.
Ele acrescentou que a liderança do primeiro-ministro Abiy “deu um exemplo maravilhoso para outras pessoas dentro e fora da África que buscam superar resistências do passado e colocar as pessoas em primeiro lugar”.
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) também cumprimentou o novo Nobel da Paz. Filippo Grandi, chefe da Agência das Nações Unidas para os Refugiados, observou que a Etiópia tem uma longa história de acolhimento de refugiados de toda a região.
“Ao permitir que os refugiados se integrem melhor à sociedade, o país não apenas cumpre suas obrigações com a lei internacional de refugiados, como também é um modelo para outros países anfitriões em todo o mundo”, afirmou.
O primeiro-ministro Abiy estará entre os organizadores do fórum que ocorrerá em Genebra em dezembro com o objetivo de fortalecer o compromisso com o Pacto Global sobre Refugiados, assinado no ano passado.
Espera-se que os países façam promessas e contribuições concretas para apoiar nações e comunidades anfitriãs, bem como para aumentar a autoconfiança dos refugiados.