O seminário ‘Eu Sou o Samba’ levou para o auditório do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), em Salvador, a história do ritmo, a origem, as características e as variações, na tarde desta terça-feira (20). Como parte do mês da Cultura Popular, promovido pelo órgão, o evento teve como homenageado o compositor e sambista soteropolitano Riachão que, aos 97 anos, é uma das maiores referências vivas do ritmo.
“Com esta homenagem e com o carinho deste órgão, eu só tenho que pedir a Deus para tomar conta de todos que realmente procuram prestigiar o artista. Não tenho palavras para dizer sobre a felicidade [desta homenagem]”, declarou o artista, que foi ao seminário acompanhado de familiares.
Segundo o coordenador honorário de cultura do IGHB, Jaime Nascimento, a programação do evento priorizou juntar sambistas e pesquisadores. “A ideia é juntar essas duas feições: o samba, enquanto umas das manifestações da cultura popular, e Riachão, como um dos nossos mais populares sambistas”, explicou.
O seminário destacou a trajetória pessoal e musical de Riachão a partir de depoimentos da cantora e historiadora Juliana Ribeiro. Dentre os palestrantes, também estavam os cantores e compositores Roberto Mendes e Chocolate da Bahia, além do sambista e pesquisador Ênio Bernardes e da historiadora Alessandra Carvalho da Cruz, pesquisadora do gênero musical.
“Eu costumo dizer que [Tia] Ciata fez o transporte das chulas do Recôncavo Baiano, do canto de labor do Recôncavo, ali pela região de Santo Amaro, para o Rio de Janeiro. E o Rio de Janeiro não foi besta, por isso que eles homenageiam as baianas no Carnaval. Mas se não fosse Santo Amaro, não existiria o samba no Brasil”, afirmou o santo-amarense Roberto Mendes.
Repórter: Lina Magalí