Um incêndio no alojamento de jogadores de base do Flamengo em Vargem Grande, na zona oeste do Rio, matou dez pessoas e feriu ao menos três, de acordo com o Corpo dos Bombeiros.

O fogo atingiu o centro de treinamento conhecido como Ninho do Urubu, em referência à ave-mascote do maior time do Rio, na madrugada desta sexta-feira (8). O alojamento que pegou fogo servia de dormitório para jogadores na faixa de 14 anos de idade.

REUTERS Fogo atingiu alojamento para atletas entre 14 e 17 anos de idade

O fogo atingiu o centro de treinamento conhecido como Ninho do Urubu, em referência à ave-mascote do maior time do Rio, na madrugada desta sexta-feira (8). O alojamento que pegou fogo servia de dormitório para jogadores na faixa de 14 anos de idade.


As duas equipes de bombeiros enviadas ao Centro de Treinamento encontraram o local completamente tomado pelas chamas. O incêndio foi completamente debelado por volta das 6h20.

Oito corpos haviam sido resgatados pelos bombeiros até as 12h.


Quem conseguiu escapar?

De acordo com o Corpo de Bombeiros, três garotos foram encontrados conscientes do lado de fora do alojamento, com queimaduras e escoriações. Dois deles, ambos de 15 anos, foram atendidos no hospital municipal Lourenço Jorge com queimaduras sem gravidade e serão transferidos para instituições privadas.

O terceiro, de 16 anos, está em estado grave e será transferido para o hospital municipal Pedro 2º, em Santa Cruz, especializado em queimaduras. Não há informações oficiais sobre o estado de saúde dele nem as identidades dos jovens feridos.

O pai de Samuel Barbosa, 16, um dos garotos que conseguiram escapar da edificação durante o incêndio, relatou a jornalistas em frente ao Centro de Treinamento do Flamengo que seu filho acordou acordou assustado, percebeu a fumaça e conseguiu avisar um amigo enquanto fugia dali.

“Quando consegui falar com ele, ele estava chorando muito. Ele está muito abalado. Eu ligo para ele e ele não consegue falar, só chorando”, disse. O filho dele, nascido no Piauí, joga na divisão de base no Flamengo há sete anos.

A BBC News Brasil conversou com a mãe de Felipe Cardoso, de 15 anos, que também conseguiu escapar do incêndio. “Ele está bem. Ele tentou salvar os amigos, mas não conseguiu. Engoliu fumaça e está muito abalado”, afirmou Cátia Cardoso.

Não há informações oficiais sobre quantos jovens dormiam no local quando o incêndio começou.


Quais são as possíveis causas do incêndio?

O vice-governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, afirmou que o incêndio pode ter sido iniciado por uma pane no ar-condicionado do alojamento onde os jovens dormiam, mas ainda não há informações oficiais sobre as possíveis causas.

Um dia antes, o forte temporal que acometeu o Rio na noite de quarta-feira (6) teve forte impacto sobre a sede do Flamengo na Gávea, na zona sul do Rio, causando alagamento, derrubando árvores e destruindo estruturas.

O Centro de Treinamento do Flamengo é uma edificação recente, construída em 2014, e teria uma estrutura moderna, usada tanto para o treinamento das categorias de base quanto pela equipe de futebol profissional. Homens do Corpo de Bombeiros continuam a trabalhar no local.

A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro afirmou não ver clima para a realização do clássico Fla-Flu, que ocorreria neste sábado no Maracanã, e convocou uma reunião de emergência para decidir sobre a suspensão da partida.

Em nota, o presidente da República, Jair Bolsonaro, se solidariza com a dor dos familiares e lamenta a “triste tragédia” que vitimou “jovens vidas que iniciavam sua caminhada rumo à realização de seus sonhos profissionais”.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, decretou luto de três dias. “Quero manifestar meu mais profundo pesar por essas tragédias e prestar solidariedade às famílias das vítimas. Que Deus os receba e abençoe”, disse.

“Obviamente estamos todos consternados, essa é certamente a maior tragédia já passou pelos últimos 123 anos. O mais importante é a gente se dedicar a minimizar o sofrimento dos familiares”, afirmou Rodolfo Landim, presidente do Flamengo.

O número de mortes provocadas por incêndio no Brasil foi, em média, de 991 por ano, entre 2007 e 2016 (último ano com dados oficiais). O recorde foi em 2013, com 1261 vítimas. Naquele ano, 242 pessoas morreram no incêndio na Boate Kiss, no Rio Grande do Sul.


Fonte:www.bbcbrasil.com

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