De acordo com a agência, o país é o maior consumidor, na América Latina, de produtos ultraprocessados, incluindo bebidas açucaradas.
Alimentos frescos
As maiores taxas deste consumo estão entre as crianças em idade pré-escolar que ingerem cerca de 40% de suas calorias dessa forma. Um terço das crianças e dos adolescentes mexicanos estão com sobrepeso ou obesos.
O Unicef enfatiza que a falta de acesso a alimentos frescos e saudáveis, a comercialização agressiva de produtos alimentícios direcionados às crianças e a alta exposição a alimentos ultraprocessados em residências, escolas e mercados levam a um ambiente insalubre que promove a obesidade e afeta milhões de mexicanos.
Em 2016, o México declarou um alerta epidemiológico devido às altas taxas de diabetes e obesidade.
O excesso de peso durante a infância afeta o crescimento e o desenvolvimento das crianças e pode aumentar as chances de doenças quando adultos, como diabetes tipo 2 e enfermidades cardiovasculares.
O Unicef alerta ainda que se não for controlada, as taxas crescentes de crianças com excesso de peso terão um impacto negativo na economia, na produtividade e no bem-estar geral da população mexicana.
Para erradicar la obesidad y el sobrepeso entre niñas, niños y adolescentes es necesario fortalecer e implementar políticas que promuevan entornos escolares saludables y libres de publicidad engañosa y que el etiquetado frontal aprobado se implemente lo más pronto posible. pic.twitter.com/Bze4rS4ssK
— UNICEF México (@UNICEFMexico) March 5, 2020
México
O Fundo das Nações Unidas para a Infância destaca que o governo reconhece a necessidade de tomar medidas preventivas, e parte de seus esforços está em instituir regulamentações. Em 2014, o país deu o primeiro passo na implementação do imposto sobre bebidas açucaradas.
A partir deste ano, o México adotará uma nova rotulagem para ser colocada na frente das embalagens, que tem sido apoiada por várias instituições governamentais, academia, sociedade civil e organizações internacionais, incluindo o Unicef.
Embalagens
Desenvolvido com as evidências mais atualizadas sobre a questão, esse tipo de rotulagem avisará os consumidores sobre calorias em excesso, açúcar, sódio, gorduras saturadas e gorduras trans, além de cafeína e adoçantes artificiais, para que as crianças possam evitá-las.
O país também proibirá o uso de personagens e desenhos animados populares em produtos direcionados a crianças.
O diretor do Centro de Pesquisa em Saúde e Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Pública, Simón Barquera, acredita que o novo modelo de rotulagem ajudará no problema, permitindo que “que grande parte da população, independentemente de seu status socioeconômico e educacional, identifique produtos prejudiciais à saúde e faça melhores escolhas de alimentos.”