O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertou recentemente para as ações de grupos antivacinação que disseminam ceticismo e informações equivocadas quanto às vacinas. Agindo nas redes sociais, esses coletivos “criam confusão e alimentam medos entre os pais”, comprometendo as vidas das crianças, enfatizou a agência da ONU.
“A desinformação sobre as vacinas é tão perigosa quanto uma doença”, ressaltou a diretora-executiva do UNICEF, Henrietta Fore.
“Ela se espalha rapidamente e representa uma ameaça iminente à saúde pública.”
A especialista lembrou que a vacinação salva até 3 milhões de vidas todos os anos.
“Isso são mais do que cinco vidas salvas a cada minuto”, afirmou a chefe do organismo das Nações Unidas, em evento realizado em fins de junho (28) pelo UNICEF para discutir desafios à expansão da cobertura vacinal no mundo.
De acordo com a agência da ONU, existem 20 milhões de crianças no planeta que não foram vacinadas ou que não receberam todas as devidas doses de imunização.
Ainda segundo o UNICEF, em 2017, 1,5 milhão de meninos e meninas morreram de doenças que poderiam ter sido prevenidas por vacinas.
Esse cenário deve-se a lacunas no acesso à atenção primária de saúde, incluindo aos serviços de imunização — um problema que é agravado pela fragilidade dos sistemas de saúde, pela pobreza e por conflitos armados.
A esses desafios, somam-se atitudes de desprezo e de ceticismo quanto à segurança e à efetividade das vacinas. O fenômeno é alimentado pela divulgação deliberada em meio online de informações incorretas sobre a prática da imunização.