Weintraub afirma que vai ‘atrás da zebra gorda’, professores que ganham de R$ 15 mil a R$ 20 mil

Ministro da Educação também disse que o pagamento de mensalidade nas universidades não resolveria o déficit do orçamento

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante apresentação de programas do MEC Foto: Gabriel Jabur/MEC / Agência O Globo
Ministro da Educação também disse que o pagamento de mensalidade nas universidades não resolveria o déficit do orçamento

SÃO PAULO — O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou, durante o 21º Fórum Nacional de Educação Superior Particular, que precisa “atacar a zebra mais gorda”: o salário de professor universitário federal.

Ele deu essa declaração ao defender que cobrar mensalidade dos alunos das universidades públicas seria uma “vitória de Pirro”, porque não resolveria o problema de orçamento da pasta.

— Cobrar mensalidade de quem pode pagar não vai resolver nada. Eu tenho que ir atrás de onde está a zebra mais gorda, que é o professor de uma federal, com dedicação exclusiva, que dá oito horas de aulas por semana e ganha de R$ 15 mil a R$ 20 mil por mês. (São) 300 mil (professores). Temos um exército, do tamanho das nossas Forças Armadas.

O ministro também afirmou que o MEC “é uma grande folha de pagamento de professor federal que cresce 8% ao ano acima da inflação”.

— Eu tenho que enfrentar esse exército. Entre outras coisas: doutrinação, metodologia de alfabetização totalmente errada, gastam-se fortunas em universidades enquanto o filho do pobre não vai pra pré-escola — disse o ministro.

O titular da pasta ainda voltou a defender o modelo proposto pelo governo para o novo Fundeb, com ampliação de 10% para 15% do valor investido pela União. A proposta preliminar da relatora do tema na Câmara prevê que esse aporte federal chegue a 40%.

— A gente precisa passar o Future-se para eu ter espaço fiscal. Precisa passar o Fundeb da forma correta. A proposta enviada quebra o setor público. Todo o esforço que a gente fez com a Reforma da Previdência vai para o ralo. Se vocês não se mobilizarem para que o estado tenha equilíbrio fiscal, o crescimento que está acontecendo não se materializará. E não haverá recurso para o financiamento do setor privado, do pobre que entra na universidade privada e não tem como pagar, ou para melhorar o ensino básico para que não chegue tanto analfabeto para vocês – disse o ministro à plateia de gestores de universidades privadas.

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